O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ) disse que vai a Cuiabá na próxima semana pegar cópia do material relativo às investigações da compra de dossiê contra políticos do PSDB.
“Vou fazer contato com o delegado e estou combinando uma nova diligência para apanhar os documentos que ele ficou de analisar”, disse Biscaia.
Entre os documentos estão cópias de depoimentos, de quebra de sigilos bancário e telefônico, além de material apreendido na casa do dono da Planam, Luiz Antônio Vedoin.
Segundo o deputado Paulo Rubem Santiago, esse material inclui computadores, disquetes, correspondências e cópias de cheques e de depósitos em contas bancárias de empresas que teriam sido indicadas pelo empresário Abel Pereira entre os anos de 1998 e 2002.
“Vimos diversos depósitos em 2002 da empresa Klass, que faz parte do grupo de empresas da Planam, para empresas indicadas pelo Abel Pereira, que participou da gestão do (ex-ministro da Saúde) Barjas Negri e era uma pessoa de íntima relação com o ex-ministro da Saúde. Não estou fazendo ilações. Estou dizendo que há documentos que comprovam depósitos antes de 2002 e, como a CPMI fez de 2003 a 2006, tem de investigar também de 1998 a 2002”, disse Paulo Rubem.
A informação foi confirmada pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), sub-relator de sistematização da CPMI. “Existem cheques que o Vedoin diz que deu a ele (Abel Pereira) e são empresas que não são do Abel, mas que o Vedoin diz que depositou à essas empresas a pedido dele”, disse.
Para o deputado, Abel Pereira também precisa ser investigado pela CPMI. “É importante saber qual a relação que o Abel tinha com o Vedoin. Se era uma relação negocial, se era um relação saudável ou pautada por uma advocacia administrativa que visava interesses escusos, ilícitos”, disse.
Abel Pereira é acusado de ter negociado vantagens com Luiz Antonio Vedoin na época em que era ligado ao ministério da Saúde, na gestão do ex-ministro Barjas Negri.