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Prefeitura pagou quase R$ 800 mil antes da eleição a empresa do PAC

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A relação entre o prefeito de Várzea Grande, Murilo Domingos (PR), e o empresário Anildo de Barros – um dos envolvidos no esquema de direcionamento de licitações nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) –  é, ao que tudo indica, muito mais próxima do que revelou a operação da Polícia Federal (PF) e pode estar intimamente ligada às eleições do ano passado. Há quatro dias das eleições, em que acabou reeleito, o então prefeito autorizou o pagamento de R$ 781.850,53 a empresa de Anildo, a Gemini Projetos, Incorporações e Construções Ltda. Murilo nega relações com Lima Barros. Na segunda-feira, o prefeito decretou o cancelamento da licitação do PAC, que é de R$ 174 milhões.
A Gemini emitiu contra a Prefeitura um total de seis notas fiscais no mesmo dia e todas com o mesmo objeto: locação de veículos com fornecimento de combustível. Todas se referem a um contrato número 67/2005, firmado entre a empresa e a Prefeitura. Os valores das notas são os seguintes: R$ 8.800,80, da NF 1350111; R$ 193.646,14, da NF 1350112; R$ 164.454,00, da NF 1350113; R$ 9.988,80, da NF 1350115; R$ 300.000,00, da NF 1350117; e, R$ 104.880,79, da NF 1350118. Na campanha eleitoral de 2008, a Gemini, que aparece como doou R$ 100 mil para Murilo Domingos.

A doação da empresa a Murilo Domingos, na condição de candidato, corresponde a pelo menos 12,7% do total recebido da prefeitura de Várzea Grande. O que chama a atenção é que as duas transações ocorreram na mesma época, ou seja, durante o período eleitoral. A transferência eletrônica da Gemini para a conta da campanha de Murilo Domingos se deu no dia 01 de outubro. As notas foram pagas dia 30 de setembro. Outro fato que causa estranheza  – é quanto a descrição no corpo da nota sem especificação para qual secretaria foram locados os veículos – apenas com  descrição genérica.

A empresa  Gemini Incorporações  foi apontada em investigações da Polícia Federal e pela Justiça Federal como uma das três companhias privadas beneficiadas com o esquema de fraudes em licitações nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), tanto em Cuiabá como em Várzea Grande. Por conta disso, Anildo de Barros, dono da Gemini, chegou a ficar preso por uma semana – mas acabou conseguindo liberdade na última segunda-feira.

Há uma referência ainda: Anildo Lima Barros foi prefeito de Cuiabá, o ultimo no período em que o chefe do Executivo Municipal era nomeado pelo governador do Estado. O governador era Júlio Campos. Anildo tem fortes ligações políticas com a família Campos de Várzea Grande. Inclusive, é filiado ao Partidos dos Democratas, o DEM. Até o ano passado, teve seu nome cogitado para disputar a Prefeitura de Cuiabá.

No esquema do PAC, Anildo é apontado como um dos principais líderes do grupo de empresas do Estado que se uniu para “abocanhar” a maior fatia do PAC – o que gerou a chamada fraude em licitação. Nas escutas telefônicas, Lima Barros demonstrou sempre firmeza nas discussões e, entre outras, chega a ameaçar o desenvolvimento do programa com assertivas do tipo “se não ganharmos, ninguém ganha”.

Em uma das interceptações telefônicas constantes na decisão judicial que desencadeou as prisões pela PF, Anildo cita o nome do prefeito de Várzea Grande. Ele menciona a realização de uma reunião com Murilo e outros membros da Prefeitura para acertar a contratação de uma outra empresa. Na conversa aparece o nome do atual secretário de Governo do município, Benedito Gonçalo de Figueiredo, popularmente conhecido como “Dito Loro” – que na época era diretor-presidente do Departamento de Água e Esgoto (DAE). Outros nomes que constam apenas como “Braga” e “Olindo” correspondem, ao que tudo indica, ao ex-secretário de Planejamento, José Marques Braga, e a Olindo Pasinato Neto, então secretário particular do prefeito.

Segundo a gravação telefônica, feita em 22 de janeiro de 2008, Anildo se reuniria com Murilo, Braga, Dito Loro e Olindo – logo após uma reunião do secretariado, para assinar algum documento que garantisse a contratação da empresa Três Irmãos para execução das obras do PAC. A conversa também indica a existência de um acordo entre os empresários e Olindo. A Três Irmãos pertence aos irmãos Carlos Avalone, suplente de deputado estadual e ex-secretário de Indústria, Comércio e Mineração do Governo Dante de Oliveira, e Marcelo Avalone. Os dois também foram presos na Operação Pacenas.

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