A prefeita de Sinop, Rosana Martinelli (PR), admitiu a possibilidade de ceder diante de parte das reivindicações dos professores municipais que, esta semana, terminaram greve, após decisão judicial, na qual cobram a redução na carga horária. Hoje, às 15h, representantes do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público (Sintep), a prefeita e sua equipe se reúnem para discutir a pauta de reivindicações dos servidores. A intenção da administração é negociar um prazo e mostrando que no momento a redução é inviável financeiramente.
“Nós só falamos e fazemos o que é possível. Estamos analisando a possibilidade de redução, mas neste momento, devido ao limite prudencial, nós estaremos negociando um prazo, porque nós temos as creches para abrir. Ou nós contratamos os professores nesta carga horária de 38 para 30 horas, e isso impacta em 25% a mais no financeiro da prefeitura, ou nós contratamos professores que venham a dar aula nas nossas creches. Nós priorizamos a abertura das creches, pois precisamos de professores para 600 novas crianças”, afirmou Rosana, acrescentando que: “Quando assumimos a administração tínhamos 2,5 mil crianças fora da sala de aula, principalmente com pedido de creche. Atualizamos e colocamos 2 mil crianças [em sala de aula]. Ainda restam 600 que até a metade do ano, que e o nosso compromisso, estaremos colocando essas crianças [em sala de aula]”.
A prefeita não negou o direto dos professores, mas fez críticas ao momento da greve, que ela considera inadequado. Rosana entende que os professores poderiam ter esperado até o dia 30, quando a administração fecha os números com o balanço do limite prudencial (um percentual apontado pelo TCE como valor máximo de gastos com folha de pagamento), para negociar e explicou que a demora em conversar com os professores se deve ao tempo necessário para o cálculo destes valores.
“Isso não quer dizer que nós não vamos reduzir [a carga horária dos professores]. O que nós colocamos é que estamos numa época de recebimento do IPTU, que nós não sabemos o fechamento desta arrecadação, nós estamos com o limite prudencial que impossibilita a contratação de muitos professores. Então, nós avaliamos que o momento [da greve] não foi adequado, mas respeitamos o movimento e estaremos discutindo qual é esse [o melhor] momento, em qual data será feito. Nunca nós fechamos as portas, só que nós sempre fomos muito transparentes e verdadeiros no que é possível”, concluiu.
A presidente da Sub-sede do Sintep em Sinop, professora Maria Aparecida Lopes, confirmou, ao Só Notícias, que os professores irão comparecer à reunião para ouvir a contraproposta da prefeitura. “Nós vamos ouvir e, se for esta a proposta [de negociar novo prazo], vamos levar a categoria decidir. Provavelmente vai ser um novo conflito, pois tenho certeza que a categoria não deve aceitar”, declarou.
Os servidores cobram alteração da jornada de trabalho de professores e técnicos, o que já é garantido por lei, regulamentação definitiva da jornada do apoio administrativo educacional, reajuste para os profissionais de apoio e técnicos administrativos educacional em 4,77%, inclusão dos motoristas na carreira da Educação e alteração dos coeficientes das tabelas de apoio e técnicos a partir da formação de nível médio profissionalizado.