
Neurilan ressalta que a lei deixa bem claro que a parte dos municípios não poderia ser utilizada em outros fins, a não ser nas recuperações de estradas nao pavimentadas e em habitação. “Sendo assim, não vejo porque questionar”, opina, e garante que a AMM está e continuará lutando pra manter o repasse de parte do Fethab para os municípios. “Entendemos que os municípios vão aplicar o recurso com maior eficácia e rapidez, pois quando o produtor rural esta com problema na estrada que dá acesso a sua propriedade ele procura a prefeitura, o prefeito, o vereador e não a Aprosoja ou o governo do Estado”, declarou.
Fraga frisa que atualmente são os municípios os responsáveis pelas recuperações e manutenções das estradas não asfaltadas, tanto as municipais quanto as estaduais. “Muitas delas são essenciais para o escoamento da produção. Os produtores de soja, milho, algodão e os pecuaristas também são prejudicados, pois sem dinheiro, os municípios nao terão como recuperar estradas, pontes e bueiros. Isso vai afetar no custo de produção, com a elevação do frete”, opinou. A AMM prepara com pedido de embargo no Supremo Tribunal Federal.
Otaviano Pivetta, prefeito de Lucas do Rio Verde, uma das maiores cidades produtora e exportadora de grãos, tem uma opinião diferente. “O Fethab não vai fugir, o novo governo tem compromisso de aplicar bem os recursos públicos, os municípios irão receber 100% dele para sua real finalidade que é habitação e infraestrutura. Cabe ao governo e os municípios definir geopolítica e socialmente sua melhor aplicação”, afirmou.
Pivetta apontou como um “pegadinha” da Assembleia o fato de aprovar a distribuição do fundo para os municípios a ser pago no governo futuro. “ É uma técnica de ilusionismo que o Riva (autor da lei para dividir os recursos com prefeituras) usava para iludir seus seguidores, como que uma casa de leis aprova uma lei inconstitucional? Porque não aprovaram a lei para entrar em vigor no mandato anterior? Aonde foi parar os R$ 4 bilhões arrecadados pelo fundo nos últimos 5 anos?”, questiona.
O pedetista foi além e concluiu: “Chega do 'me engana que eu gosto'. Os prefeitos e eu me incluo, perdemos a noção do papel do Estado, porque há cerca de 5 anos se estabeleceu o caos na gestão e a completa desorganização. O governo novo começa dar o tom do Estado organizado, servidor, eficiente e honesto que a sociedade resolveu restabelecer nas eleições, quando elegeu Pedro Taques”.
O governador, por sua vez, já afirmou que deverá cumprir a decisão judicial sobre o destino dos recursos do fundo. A justiça de Mato Grosso ao conceder a liminar considerou a lei da partilha inconstitucional. Além da Aprosoja, o pedido foi feito pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato)..
A lei entraria em vigor no dia 1º. Com a determinação da justiça, os recursos continuam sendo administrados somente pelo Estado.


