O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Neurilan Fraga, e prefeitos da região do Médio Norte se reuniram, ontem, com o secretário de Estado Saúde, Eduardo Bermudez, para tratar da situação dos hospitais de Diamantino e Nortelândia, que recebem recursos do governo estadual através do Consórcio de Saúde. Os hospitais atendem a população de dez municípios da região e os repasses do governo estão quatro meses atrasados.
O presidente do consórcio e prefeito de Alto Paraguai, Aldair Alves Moreira, explicou que administração dos recursos para os hospitais é feita desde 2013 por meio do consórcio. Ele explicou que é o primeiro consorcio com esta atividade, mas com a menor renda per capita do estado. Conforme Aldair, o governo repassa R$ 499 mil para o consórcio, mas o gasto é bem maior, pois o custo dos hospitais ultrapassa a R$ 700 mil, pois atendem casos de baixa e média complexidade. Os casos mais graves são encaminhados para Cuiabá. Ele frisou que o consórcio já é auditado pelo Tribunal de Contas e visto como entidade pública. “A administração através do consorcio é a opção mais barata para o governo. Prestamos contas mensalmente junto a secretaria estadual de Saúde. Se a situação se agravar ainda mais, teremos de devolver os hospitais para o Estado”.
O presidente da AMM disse que somente o hospital de Nortelândia atende quatro municípios. Segundo ele, o objetivo é evitar que muitos pacientes que podem ser tratados no município, sejam encaminhados para a capital. Ele alertou que cada região tem as suas peculiaridades. A região é pobre, diferente de outras e citou como exemplo Sorriso, que tem uma melhor estrutura hospitalar. “A população cobra diretamente dos prefeitos e o estado tem de fazer o papel dele”.
Na ocasião, Neurilan convidou o secretário para se reunir com os prefeitos de todas as regiões na Associação Mato-grossense dos Municípios, para que ele converse com os gestores sobre os problemas que afetam a população. “A reunião com os prefeitos de todas as regiões vai ajudar a sistematizar um atendimento direto aos municípios”.
O secretário estadual disse que vai estabelecer logo uma agenda com os prefeitos na AMM. Em relação aos hospitais de Diamantino e Nortelândia, ele disse que pretende estruturar e reforçar o trabalho Consórcio de Saúde. O secretário garantiu ainda que vai cumprir o que foi acordado pelo secretário anterior. “O objetivo é manter o atendimento para a população e que nenhum hospital deve fechar as portas por falta de repasse do governo”.
Bermudez se comprometeu em fazer de imediato o repasse de dois meses atrasados, sendo maio e junho, e ficarão pendentes agosto e setembro, que deverão ser pagos no próximo mês. As regiões reprimidas serão olhadas com atenção, pois a meta é desafogar os hospitais de Cuiabá. Ele disse que vai receber as informações necessárias para o planejamento que vai equalizar os repasses, além das ações através do escritórios regionais.
O prefeito de Diamantino, Juviano Liconh informou que o hospital São João Batista, dispõe de 50 leitos e centros cirúrgicos. Os pacientes são atendidos com diversas especialidades médicas. São realizadas consultas, exames, ambulatoriais, Raio X, ultrassonografias, endoscopias, cirurgias, além de outros atendimentos. “O hospital é conveniado e presta conta mensalmente através do consórcio de Saúde”.
O deputado estadual José Domingos pediu ao secretário mais apoio para a região do Médio Norte. Na ocasião, ele anunciou que Assembleia Legislativa vai repassar R$ 18 milhões para o setor da Saúde, através da emenda 069. Participaram da reunião, os prefeitos de Diamantino, São José do Rio Claro e Alto Paraguai, além de secretários municipais de Saúde de Nova Marilândia, Arenápolis, Santo Afonso e representantes do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso (Cosems).