
“Meu nome foi colocado lá, de uma coisa que já se falou tantas e tantas vezes. É de alguém que disse, disse, disse e nada se comprovou. Acho engraçado que colocam as coisas e quando acontece a favor do político não se coloca. Colocaram que a justiça arquivou processo contra o prefeito ? Então é isso, não tem mais nada. Ararath ?, não sei o que é isso, não se é nome de bicho, o que é. Ararath para mim deve ser bicho, não sei o que é", rebateu Juarez, ironizando o nome dado pela PF na investigação que já chegou ao Supremo Tribunal Federal e resultou nas ordens de prisões do deputado José Riva e do ex-secretário de Fazenda Eder Moraes (que continua preso) e um ex-superintendente de banco envolvido. "Não conheço esse cidadão [Júnior Mendoça]. Tenho toda tranquilidade”, declarou o prefeito, referindo-se ao operador dos empréstimos fraudulentos. Juarez também embrou o período em que administrou a cidade por força de liminar.
Juarez também não escondeu a irritação: “Um cara que fez o primeiro mandato 3 anos e 7 meses sendo cassado, ganhou por 7 a 0, que ganhou no Tribunal Regional Eleitoral, no Supremo Tribunal Federal, em Sinop, todas as instâncias da justiça, querem perguntar ainda sobre Ararath?”.
Conforme documento que Só Notícias divulgou, o delegado da Polícia Federal, Wilson Rodrigues da Silva Filho, que também trabalha nas investigações na Operação Ararath, apontou no inquérito, em março passado, que "há fortes indícios para que o prefeito de Sinop, Juarez Costa (PMDB), seja indiciado por corrupção ativa", após a denúncia do empresário (veja reprodução de documento abaixo).
O empresário Gersio Junior, conhecido como Junior Mendonça, que operava empréstimos fraudulentos (juntamente com Eder Moraes) e eram pagos com recursos públicos, disse para a Polícia Federal, em depoimento, que foi procurado, em 2009, pelo membro do TRE, Eduardo Jacob, "orientado pelo governador Silval Barbosa" para levantar a quantia emprestada de R$ 500 mil para pagamento de propina para Evandro Stabile" com objetivo de "resolver o problema da cassação de Juarez". Consta no inquérito que Stabile recebeu ação cautelar onde Juarez recorria da cassação, em 30 de junho de 2009, às 17:52hs e às 17:58hs foi encaminhada decisão (liminar) à secretaria judiciária do TRE, despachada por Stabile, para que o prefeito sinopense continuasse no cargo.
Junior Mendinça também apontou, em depoimento, que Juarez "estava com medo de trazer elevada quantia de Sinop", tendo feito o empréstimo a Eduardo Jacob e recebido cheque como garantia. "O empréstimo teria sido pago também em espécie, por este, tendo resgatado título de crédito como garantia".
A ação que Juarez afirma ter ganho nas instâncias superiores para não ser cassado foi a que Stabile despachou. O desembargador está afastado das funções há mais de 2 anos, desde que a Polícia Federal desencadeou a Operação Assafe (investigando venda de sentença) e Stabile foi investigado pelo despachado dado favoravelmente ao prefeito sinopense. Agora, na outra operação da PF, a Ararath, Stabile e Juarez Costa voltam a ser acusados.



