O prefeito do município de Arenápolis, José Mauro Figueiredo (PSDB), teve o mandato cassado pela Câmara de Vereadores sob acusação de improbidade administrativa com um total de 6 votos dos 9 parlamentares. Ele foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada o Legislativo Municipal para investigar a doação ilegal de uma área pública pertencente à Escola Agrícola de Arenápolis.
Ao final, a maioria dos vereadores entendeu o que gestor praticou ato de improbidade ao autorizar a doação do terreno de 34 alqueires de terra avaliado em em R$ 12 mil, para um empresário que mantém ligações com o tucano. Três vereadores votaram contra o relatório da CPI que pedia a cassação do gestor.
A cassação foi oficializada na sexta-feira (15) numa sessão extraordinária que durou mais de 6 horas. No sábado, o vice-prefeito Valdecir Correa (PRB) tomou posse como novo mandatário do município de 9,6 mil habitantes. O ato foi conduzido pelo presidente da Câmara, vereador Douglas Dorilêo. A denúncia que motivou a instalação da CPI na Câmara de Vereadores feita por uma empresária, dona de um hospital em Arenápolis.
Depois de empossado, Valdecir Corrêa disse, em entrevista ao site Arenápolis News que não fará nenhuma mudança na equipe da administração municipal. Garantiu ainda estar torcendo para que José Mauro retorne o mais rápido possível e possa dar continuidade às ações que vinha desenvolvendo no Município.
O motivo é que ambos são amigos e não existe qualquer sinal de “rompimento político” entre eles, situação bastante comum na política onde prefeitos e vices acabam se desentendendo após serem eleitos o que resulta em gestões conturbadas e insegurança política e jurídica. Essa situação de rompimento entre prefeito e vice já ocorreu em Várzea Grande, Santo Antônio do Leverger, Chapada dos Guimarães entre outros municípios. O melhor exemplo é o caso da presidente afastada, Dilma Rousseff (PT) e seu vice Michel Temer (PMDB) que também estão em lados opostos atualmente.
O tucano não concorda com a cassação de seu mandato e informou que sua advogada, Débora Faria, já está tomando as medidas cabíveis, ou seja, recorrendo à Justiça com mandado de segurança para tentar derrubar a cassação e permitir que ele retorne à Prefeitura. A ideia é reassumir o comando do Município e disputar reeleição em outubro próximo.
Para ele, a cassação foi “absurda”, pois nega ter praticado atos de improbidade administrativa. José Mauro alega que que foi cassado por causa de “interesses políticos” dos parlamentares oposicionistas que votaram a favor do relatório da CPI. Sustenta que sofre “perseguição política” desde que assumiu a prefeitura em janeiro de 2013.
Sustenta o tucano que os lotes doados, numa área de 109 hectares, foram todos cancelados e devolvidos ao patrimônio municipal depois que sua equipe constatou o “erro de gestão”. Sustenta ainda não haver qualquer dolo ou má-fé na sua atitude, “muito menos prejuízo ao erário público”. “Pode ter havido um erro administrativo, mas não há indícios nenhum de corrupção ou dano ao município” admitiu José Mauro ao Arenápolis News.