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Prefeito cassado em MT aponta perseguição do Ministério Público por não decretar lockdown e recorre

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Só Notícias/Herbert de Souza (foto: assessoria)

O prefeito de Campo Novo do Parecis, Rafael Machado (PSL), afirmou que foi vítima de uma perseguição política por parte do Ministério Público. Esta semana, em uma ação movida pela Promotoria Eleitoral, o gestor e o vice, Toninho Brolio (PSL), acabaram tendo os mandatos cassados pela juíza da 60ª Zona Eleitoral, Cláudia Anffe Nunes da Cunha, por uso da máquina pública e vinculação de propagandas irregulares na campanha de 2020.

Segundo divulgado pelo jornal A Gazeta, Machado afirmou que a decisão seria uma represália por não ter decretado lockdown no município, durante a pandemia. Em março, o procurador-geral de Justiça do Estado de Mato Grosso, José Antônio Borges Pereira, chegou a ingressar com reclamação perante o Tribunal de Justiça requerendo o afastamento imediato do prefeito por descumprir decisão judicial e contrariar o decreto estadual, que atualizou a classificação de risco epidemiológico e fixou regras e diretrizes para adoção de medidas restritivas de prevenção à disseminação da covid-19.

Após ser cassado pela Justiça Eleitoral, Rafael reclamou que o Ministério Público tem interferido em sua gestão desde que se posicionou contrário ao fechamento do comércio. Para ele, a “prova” disso foi a cassação de seu mandato. O prefeito afirmou ainda que já recorreu da decisão. 

Conforme Só Notícias já informou, no despacho, a magistrada acatou o pedido do Ministério Público Eleitoral, que denunciou os gestores por cometer crimes eleitorais. “Assim, conforme bem argumentado pelo parecer do ilustre representante do Ministério Público, entendo ser cabível a aplicação da sanção de declaração de inelegibilidade dos investigados Rafael Machado e Antonio Cesar Brolio, com consequente cassação de seus diplomas”, cita.

A denúncia foi proposta pela “coligação É A Vez Do Povo”, que tinha como candidato a prefeito em 2020 o agricultor Clóvis de Paula (PSC). Na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), o grupo entregou um “dossiê” com vários prints e imagens demonstrando que o gestor teria utilizado a máquina pública para alavancar sua candidatura à reeleição, que alcançou 6.395 votos no município.

Em uma das provas, a coligação sustentou que Machado teria gastado mais de R$ 500 mil em publicidade para promover obras públicas com intenções eleitoreiras. Em sua defesa, o chefe do Executivo argumentou que as propagandas não continham datas ou menções de ordem eleitoral.

Alegou também que os materiais estavam armazenados no site da prefeitura, cuja retirada somente deve ocorrer no período restritivo estabelecido na legislação eleitoral. A juíza, no entanto, não acatou as justificativas e afirmou que as propagandas devem ter caráter educativo e informativo, “sendo proibida a sua utilização para fins de promoção de autoridades ou servidores públicos”.

“Com efeito, as reportagens sobre ações promovidas pelo governo municipal de Campo Novo do Parecis eram apresentadas pelo próprio investigado Rafael Machado, continham o nome do prefeito, discurso e muitas vezes o slogan, o que caracterizou evidente promoção pessoal do referido gestor público”, ressaltou a magistrada.

Por fim, a juíza acrescentou ainda que algumas peças foram veiculadas três meses antes das eleições, o que segundo ela, comprometeram o pleito e desequilibraram a disputa dos demais concorrentes. “Ora, é inadmissível não acreditar que tais propagandas não desequilibraram o pleito eleitoral municipal de 2020. Observa-se que implicitamente o discurso do investigado é no sentido de que esse governo deve continuar, ou seja, ser reeleito”, concluiu a magistrada.

Como a decisão é de 1ª instância, o prefeito e o vice devem permanecer no cargo até julgamento do recurso junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT). A decisão ainda deixa os dois inelegíveis por 8 anos.

Em maio deste ano, conforme Só Notícias já informou, o Tribunal Superior Eleitoral indeferiu o registro de candidatura do prefeito de Matupá, Fernando Zafonato (DEM) e anulou os votos da chapa que ele encabeçou. O TSE também determinou a imediata convocação do presidente da câmara municipal, Marcos Porte (MDB), para assumir como prefeito de Matupá e a realização de novas eleições majoritárias, que serão realizadas em agosto.

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