Distante de decisões, o processo eleitoral antecipado em Mato Grosso ganha a cada dia novos aspectos. O nome mais forte no cenário, o do senador e ex-governador Blairo Maggi (PR), que reafirma não estar disposto a enfrentar as urnas e voltar a governar o Estado, pode dar um passo significativo para realmente ficar à margem do processo sucessório como candidato, mas não como apoiador. PR nacional e estadual já contabilizam como certo o nome de Maggi no staff da presidente Dilma Rousseff, após articulações promovidas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem o senador almoçou na liderança do PTB logo após a solenidade em comemoração aos 25 anos da promulgação da Constituição Federal do Brasil.
Após este encontro recheado de estratégias e ilações, Blairo Maggi teria sinalizado ao PMDB do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e do presidente da sigla Waldir Raupp (RO), ambos presentes ao encontro com Lula na liderança do PTB, que não se definisse em relação a possíveis apoios, diante da falta de nome, aguardando para os últimos momentos as definições eleitorais de 2014.
Uma outra ação também foi deflagrada e mais tarde especulada pela imprensa nacional que seria a chegada de Blairo Maggi ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), ainda ocupado pelo petista Fernando Pimentel, que sairá em dezembro para disputar o Governo do Estado de Minas Gerais. Tanto o Ministério dos Transportes quanto o MDIC sempre estiveram nos sonhos de Blairo Maggi, que demonstra certa saturação com o mandato de senador da República, diante da falta de condições em desenvolver um trabalho mais voltado para Mato Grosso, Brasil e principalmente o setor produtivo.
Caso se confirme o convite oficial da presidente Dilma Rousseff a Blairo Maggi e este assuma a condição de ministro, estará sinalizado em definitivo que o mesmo não disputa as eleições de 2014 e se aliará em definitivo ao PT, trazendo junto o PMDB, PSD e outras agremiações que já fazem parte do arco de alianças nacional e no Estado. “As chances são mais do que reais e muito próximas de se efetivarem”, confirmou um deputado estadual republicano que esteve reunido com o senador Blairo Maggi.
A saída de Maggi da disputa eleitoral centraliza as definições do arco de alianças a dois nomes, o do empresário e primo Eraí Maggi (PP) e o ainda juiz federal Julier Sebastião da Silva, que tem até abril de 2014 para decidir sua filiação partidária. Por outro lado, afasta em definitivo a possibilidade de Blairo Maggi e o PR eventualmente apoiar a candidatura de Pedro Taques, que mesmo pertencendo ao PDT faz dura oposição à presidente Dilma Rousseff e defende a saída do partido ao qual pertence do governo da presidente petista.