Apesar de cada um ter candidatura própria à Presidência da República, para unir forças, o PMDB e PPS marcaram para o dia 30 deste mês um seminário nacional entre os dois partidos na tentativa de buscar um novo projeto para o país e um programa de governo de terceira via.
Segundo o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), coordenador do evento, o encontro será aberto pelos presidentes do PMDB, deputado Michel Temer (SP), e do PPS, deputado Roberto Freire (PE). “O seminário poderá sinalizar aquilo que é o desejo da maioria do eleitorado brasileiro: uma alternativa para o país que não seja nem o PT e nem o PSDB”, afirmou Jungmann.
No encontro, os pré-candidatos dos dois partidos farão um debate com a mediação de governadores das legendas. Jungmann afirmou que a idéia é que do debate possa surgir uma proposta conjunta para se contrapor a polarização entre PT e PSDB na corrida presidencial.
Pelo PPS, o candidato à presidência é Roberto Freire. Já o PMDB vai decidir o seu candidato nas prévias marcadas para o dia 19 deste mês. Até o momento, concorrem à vaga o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, e o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho.
Inicialmente, o encontro estava previsto para o dia 8 de março, mas os dirigentes preferiram realizá-lo no final do mês, após a prévia que vai definir o candidato do PMDB à presidência da República e o 15º Congresso Nacional do PPS.
O secretário-geral do PPS, Rubens Bueno, ressaltou que do seminário e dos debates entre PPS e o PMDB não há, no entanto, a possibilidade de o seu partido desistir da candidatura própria. “A candidatura do Roberto Freire à Presidência da República não é dele, é do PPS, quando o indicamos na reunião em Natal (RN), em abril de 2005, e de grande parte da sociedade que aguarda a consolidação das candidaturas presidenciais.”
Bueno afirmou que as pesquisas eleitorais não preocupam o partido e que, na verdade, elas representam um incentivo para a manutenção da candidatura do PPS. “Pesquisas indicam que cerca de 50% dos eleitores não sabem em quem vão votar. Ora, o Lula é conhecido de 100% da população e não consegue, mesmo sem adversário, consolidar seu nome. Não há possibilidade de retirar candidatura.”