O PFL fez um recuo hoje na aproximação em curso com o PSDB para as eleições de 2006. O presidente da legenda, Jorge Bornhausen (SC), afirmou que o partido ainda considera a candidatura própria como melhor caminho para a disputa do próximo ano.
A aliança com o PSDB seria apenas a terceira opção do partido depois da candidatura de Maia ou da indicação de outro nome pefelista para a disputa. Somente depois de analisadas estas possibilidades, o partido analisaria a possível aliança com o PSDB.
“Temos o dever de cumprir o que foi aprovado por unanimidade do partido que é a candidatura própria”, afirmou Bornhausen.
Na avaliação do presidente do partido, o PFL precisaria ganhar força nacional para enfrentar a aprovação da cláusula de barreira, proposta na reforma política. Se aprovada, os partidos terão de atingir um percentual de votos nos estados para continuarem a existir. “Não podemos afastar a candidatura própria. Temos de chegar a 2007 fortes”, acrescentou. “Para mim o melhor caminho é a candidatura própria.”
A possibilidade de ficar fora da disputa eleitoral em 2006, como ocorreu em 2002 quando o PSDB se aliou ao PMDB, seria o “pior dos mundos” para o PFL, de acordo com o presidente.
Lideranças do partido consideram que, diante dessa análise, referendada na reunião de hoje da legenda, a declaração do prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL), em favor da candidatura de José Serra (PSDB-SP) à presidência foi um erro grave.
A mais de três meses da definição das candidaturas, a definição de coligações neste momento seria precipitada. Por isso, enquanto o prefeito do Rio não se definir sobre sua pré-candidatura, enquanto o partido não definir se terá candidatura própria e até que o PSDB resolva a disputa interna pela candidatura, o PFL não deverá se posicionar.
Se não houver candidatura própria, o PFL deve lançar candidatos a governo em dez estados. Ter um nome na disputa eleitoral, na avaliação do PFL, deve ampliar o número de candidaturas ao Executivo e ao Legislativo.
A única certeza, na opinião de Bornhausen e do líder da Minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA), é a aliança com o PSDB no segundo turno. “As oposições certamente estarão juntas no segundo turno. A junção é fatal”, afirmou Bornhausen.