A Polícia Federal cumpriu 15 mandados de busca e apreensão, seis de conduções coercitivas e uma prisão preventiva em Cuiabá, esta manhã, durante a décima fase da operação Ararath. No Distrito Federal foram 18 de busca e apreensão e seis de condução coercitiva; São Paulo mais dez de busca e apreensão e cinco de condução coercitiva; Goiás – duas de busca e apreensão; Santa Catarina – um busca e apreensão e no Rio de Janeiro, uma condução coercitiva.
Os mandados foram expedidos pelo juiz federal de Mato Grosso, Jeferson Schneider. O único preso nesta fase da operação foi o ex-secretário de Estado de Fazenda, Éder Moraes, já condenado a 69 anos de reclusão em outra fase da Ararath por crimes contra sistema financeiro. Ele foi encaminhado ao Centro de Custódia da capital. Os advogados disseram que ele foi preso por descumprimento das medidas cautelares (violar a tornozeleira eletrônica) e não pelo desvio do recurso público. No entanto, negam que o próprio Eder tenha violado o equipamento de monitoramento. Segundo eles, a bateria do equipamento acabou.
De acordo com o Gazeta Digital, o empreiteiro Jorge Pires e os ex-secretários adjuntos de Fazenda, Vivaldo Lopes, Edmilson dos Santos e Avaneth Almeida foram alvos de mandados de condução coercitiva. Valdir Piran, proprietário de factorings em Cuiabá e em Brasília, não foi encontrado em sua residência na capital. Há informações de que estaria em Brasília, onde ocorrem buscas neste momento.
O ex-secretário adjunto na Secretaria de Estado de Fazenda, Vivaldo Lopes, foi conduzido à Superintendência da PF e prestou esclarecimentos. De acordo com o Gazeta Digital, o advogado Ulisses Rabaneda falou em nome do seu cliente, Vivaldo Lopes, e disse que foram feitas quatro perguntas sobre os pagamentos dos precatórios. Vivaldo disse que não trabalhava nessa área e, por isso, não podia responder.
O empresário Jorge Pires foi até a superintendêcia, há pouco, foi ouvido e liberado.
Ato todo, foram expedidos 47 mandados de busca e apreensão e 18 de conduções coercitivas em Cuiabá, Brasília, Luziânia (GO), São Paulo (SP), Caraguatatuba (SP), Curitiba (PR) e Itapema (SC). Esta nova fase da operação apura o desvio de cerca de R$ 313 milhões em recursos públicos do governo de Mato Grosso através da utilização de sistema financeiro clandestino.
As investigações desta fase visam apurar a realização de pagamentos por parte do governo do Estado em desacordo com as determinações legais a empreiteiras e o posterior desvio desses recursos em favor de agentes públicos e empresários mediante a utilização de instituição financeira clandestina.
A análise de documentos apreendidos em fases anteriores em conjunto com outros elementos de prova, apontaram a utilização de complexas medidas de engenharia financeira praticadas pelos investigados com o objetivo de ocultar a real destinação dada a valores de precatórios pagos pelo Estado em nítida violação à ordem cronológica e determinações legais.
Os investigados nesta fase responderão pela prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro, dentre outros que porventura venham a se confirmar. Também foi expedida ordem de sequestro de bens e valores no total de R$ 313,1 milhões, com a finalidade de reparar os prejuízos causados aos cofres públicos.