Presidente regional do PP, Pedro Henry, lançou um discurso de independência da legenda, que desde já entra em linha de choque com o bloco político formado nas eleições de 2010, numa aliança com o PMDB do governador Silval Barbosa, o PR e o PT. Em tom contundente, afirmou que o partido terá candidaturas próprias nos 141 municípios de Mato Grosso e que esse projeto é do Partido Progressista. Foi mais além ao assegurar que, para o PP, o novo pleito terá alianças a partir de novos entendimentos deixando claro que a composição com partidos como o PMDB dependem de novas articulações.
"Eleição municipal não tem nada a ver com outras eleições. Se houver aliança é uma iniciativa que precisa ser conversada. Não vou me submeter a ninguém. E se o partido não conseguir se firmar sozinho aí poderemos conversar sobre aliança. O PP terá candidatos as prefeituras em todos os municípios, não apenas nas cidades pólo", disparou.
A postura do progressista, já de início, entra na contramão dos planos do Partido da República. O presidente do diretório regional do PR, deputado licenciado Wellington Fagundes, deu inícios as articulações que tem o objetivo de reeditar a aliança com as principais siglas do processo eleitoral de 2010. Ele conversou sobre o assunto, de forma informal, com o governador Silval Barbosa que num primeiro momento mantém simpatia pelos planos.
Entretanto, o crescimento do PP nos últimos pleitos coloca a sigla num cenário confortável, principalmente para discutir novas composições. Henry, que também está no comando da secretaria estadual de Saúde, confia na força do partido e no peso político dos representantes da legenda para colocar o PP em posição de destaque. Na Assembleia Legislativa a bancada tem musculatura, com cinco cadeiras uma delas ocupada pelo presidente do Poder, deputado José Riva (PP).
Na direção da legenda, Henry dá ênfase as ações para o fortalecimento do PP, mas ainda não discute nomes. No pleito geral de 2010, o PP chegou a ser visto como "bola da vez" devido a densidade eleitoral – e selou parceria com o grupo político liderado por Silval.
O discurso de Henry, que também gera polêmica sobre suas ações referentes a pasta da Saúde, promete esquentar o caldeirão das costuras políticas. Entendimento na sigla, de alguns membros, de que participação do partido no governo estadual é resultado do acordo firmado nas eleições de 2010 e de que a construção de uma aliança com as mesmas legendas faz parte de um novo processo de discussões.
O PMDB, sob a direção do cacique Carlos Bezerra, também trabalha com a meta de ampliar o número de projetos próprios para as próximas eleições. Dessa forma, o discurso enfático de Henry poderá gerar, desde já, desconforto entre as siglas aliadas.