As legendas de esquerda PDT e PPS não chegaram a consenso, por enquanto, sobre o projeto de apresentar uma candidatura única à Presidência da República. As executivas dos partidos fizeram hoje reuniões em separado em que reafirmaram seus candidatos para as eleições de outubro: o PPS com o deputado federal Roberto Freire (PE) e o PDT com o senador Cristovam Buarque (DF).
A cúpula do PPS, no entanto, decidiu que na próxima terça-feira deve ter uma posição definitiva sobre alianças com outros partidos e sobre o projeto de representante conjunto com o PDT nas eleições de outubro. “Vamos buscar uma candidatura comum”, disse Freire, o presidente nacional. Ele foi encarregado de conversar com os pedetistas, com o PHS e o PV para tentar selar uma aliança entre as legendas.
O PDT, por sua vez, enfrenta divergências sobre a bandeira da candidatura própria, à semelhança do PMDB: há defensores e opositores à tese. Para resolver a questão, a Executiva da legenda pretende ouvir os diretórios estaduais nos próximos dias.
O líder do PDT na Câmara, o deputado federal Miro Teixeira (RJ), disse que considera fundamental o partido ter um candidato nas eleições presidenciais, como cabeça de chapa ou vice, como aconteceu em 1994, quando Leonel Brizola compôs com Luiz Inácio Lula da Silva.
Ambas as legendas correm contra o tempo para definir o quadro de coligações a tempo de se resolverem as alianças nos Estados. “Com a definição nacional precisamos buscar as alianças nos estados e esse desdobramento tem um tempo para acontecer”, disse o secretário-geral do PPS, Rubens Bueno.