Começou a pressão. Como já era mais ou menos esperado, os partidos que integram a aliança “Mato Grosso Mais Forte” abriram disputa para composição dos cargos majoritários. Sobretudo, a vaga ao Senado Federal. Pedro Henry, pelo PP; Jaime Campos, pelo PFL; e Erai Maggi, pelo PDT, estão lançados. Problema para o governador Blairo Maggi, que, por sua vez, já vê com bons olhos uma tese até então rechaçada: a liberação da disputa pela vaga entre os três, com cada partido lançando o seu candidato, tese defendida pelo articular Luiz Antônio Pagot, secretário-chefe da Casa Civil do Governo.
A absolvição do deputado Pedro Henry da acusação de ser integrante e um dos operadores do “Esquema do Mensalão” embaralhou a situação. No PFL, apesar de aliados e parceiros políticos, muitos davam como certo que Henry enfrentaria problemas e teria seu nome inviabilizado. Assim, Jaime Campos estaria com a sua situação definida – tendo como único impeditivo para aliar-se de uma vez a aliança do governador apenas a questão da verticalização, regra prestes a cair por medida do Congresso, mas de risco relativo de continuar valendo por ordem judicial.
Meio que sintomático, o líder do PDT na Assembléia Legislativa, deputado Carlos Brito, um dos expoentes da sigla no Estado e político bem próximo do governador, garantiu terça-feira que a candidatura de Eraí Maggi estava sacramentada e que não haveria recuo de posição. Brito deixou claro que com verticalização ou sem verticalização, o PDT teria seu candidato ao Senado. Isso, segundo ele, independia do apoio claro e de primeira hora ao projeto da reeleição de Maggi.
“Para minha candidatura é a melhor alternativa” – disse Maggi, nesta quarta-feira, sobre a tese da diversidade de nomes disputando a vaga ao Senado. “Temos que ver o que os partidos pensam sobre isso”. Até aqui, as opiniões estão dividas e são pouco reveladoras. O PFL, por exemplo, já declarou que não admite “apoio branco”. O PP não tratou de uma eventual saída da disputa e o PDT vai com ou seu candidato ao Senado de qualquer forma.
Apesar dos olhos fixos nessa situação, o governador toma cautelas. Teme, por exemplo, que o PFL acabe se perdendo na busca da viabilização da candidatura de Jaime Campos com o lançamento de um nome ao Governo do Estado, como se ensaiou no começo do ano. No bom português, Maggi mantém um olho no gato e outro no peixe. A única hipótese de o PFL não estar na aliança é se o Supremo Tribunal Federal (STF) reverter a decisão da Câmara dos Deputados quanto ao fim da verticalização.
Mas antes de entrar na tese que vem tomando forma entre os partidos governistas, o governador fez questão de frisar sua posição de apoio ao nome de Pedro Henry, externado ainda em 2002. Se mostrou homem de compromissos. Ele tentou puxar pela memória mas disse não se lembrar se foi ou não consultado na época pelo PFL sobre o compromisso com o deputado federal. “Discuti isso com Pedro Henry” – salientou. No entanto, se Henry vai ou não ser candidato, quem terá que avaliar será, inicialmente, o político com seu conjunto partidário.
Nesse sentido, aliás, o governador deu pitaco: ele opinou a necessidade de se contratar uma pesquisa para balizar os debates políticos. “A pesquisa a ser feita não é s de intenção de votos mas tem que ter instrumentos para se medir essa situação, pesquisa qualitativas para indicar a possibilidade de cada um” – acentuou.