A decisão do governador Blairo Maggi em dar para o PT a Secretaria de Educação vem procurando uma “racha” na base aliada de seu Governo. O descontentamento é grande na Assembléia Legislativa onde vários deputados reclamam que o Governo não dá a necessária atenção a suas reivindicações e sequer os procuraram para avaliar se seria viável contemplar o PT, partido que em nenhum momento esteve aliado nas campanhas políticas. Uma das críticas aconteceu em função da articulação no tocante ao “pacotão” de obras lançado pelo Governo. “Nenhum deputado discutiu o assunto” – disse.
A exclusão da classe política, em verdade, irritou muitos deputados. E o “fogo amigo” persiste dentro da administração Maggi. “Vivemos de atuação junto a base. Os municípios querem ver seus representantes levando obras. E agora, sequer formos convidados para participar como testemunha desse “pacotão” lançado pelo Governo” – acrescentou. “Os secretários do Governo não conversam com os deputados porque têm interesses eleitorais também”.
Desta vez, a crise com o governador Maggi foi aberta pelo DEM – Partido Democrático – que na semana passada durante reunião interna foi claro ao afirmar que continua apoiando o Governo, mas que este apoio pode ser quebrado a qualquer momento. Um dos próprios caciques do partido, o senador Jonas Pinheiro disse que este apoio não deve ir muito longe.
Depois do DEM foi a vez do PP mostrar seu descontentamento. Integrantes do partido não gostaram da decisão do governador em se aproximar do PT. Para alguns parlamentares isso mostra que a administração Maggi não está preocupada com a manutenção do arco de aliança. Chegam a lembrar que falta uma política mais consistente do governo e, principalmente um atendimento maior aos deputados. Eles reclamam que não conseguem falar no gabinete do Secretário de Administração Geraldo de Vitto e de Infra-Estrutura Vilceu Marchetti.
A reclamação é tão grande que já ameaçam formar um bloco de oposição na Assembléia Legislativa. “Não estamos falando mais a mesma língua” – disse um influente parlamentar, que já acena com a possibilidade de se criar um bloco independente no Legisaltivo.
Mas enquanto os partidos aliados reclamam o PT festeja a Secretaria de Educação e já começa a preparar os nomes que vão acompanhar o deputado estadual Saguas Moraes, futuro secretário da pasta. O primeiro nome que surgiu foi o da professora Verinha Araújo. Ela vai assumir a secretaria adjunta de Gestão e Pessoal, hoje ocupada pelo professor Oswaldo Sobrinho.
