O PR, partido presidido pelo senador Wellington Fagundes no Estado, deverá deliberar pela “independência” de apoio ao governador Pedro Taques (PDT). Na segunda-feira (13), o senador republicano Blairo Maggi, considerado peça ímpar nessa decisão da agremiação, confirmou seu entendimento de que cada parlamentar da bancada está livre para comungar ou não das teses do Executivo de Mato Grosso. A Executiva regional aguardava apenas a definição de Maggi para se posicionar acerca do tema polêmico, já que o respaldo às ações da gestão do pedetista não é unânime entre deputados dos quadros do PR na Assembleia Legislativa.
“Minha opinião é clara e conhecida também de que o partido está independente. Ele está à disposição de apoiar o governo naquilo que os parlamentares nossos entenderem que há necessidade, que é importante e urgente, e precisa do apoio desse partido para levar algumas coisas adiante no Estado. Mas também estão liberados para fazer sua atuação na oposição, fazer suas críticas, porque é importante também para o processo democrático”.
Essa posição poderá ser mudada, caso ocorra decisão de partido. “É essa a posição e poderá ser mudada pelo partido se houver necessidade. Pelo menos essa é uma conversa que eu e o senador Wellington Fagundes temos de deixar o partido livre na sua execução do dia-a-dia”, disse Maggi.
Em reunião com líderes da legenda, recente, outros pontos de conflito interno teriam passado pelo crivo da cúpula, como uma eventual desfiliação do deputado Mauro Savi dos quadros republicanos. Essa via é, na análise de Maggi, difícil de ocorrer. “Eu acho difícil hoje alguém sair do partido, porque é uma regra consagrada, perde-se o mandato. A não ser na criação de um novo partido, mas isso também foi dificultado no Senado e está sendo dificultado também na Câmara a criação de novos partidos. Especificamente em relação ao deputado Mauro Savi, ele me procurou dizendo da vontade que ele tinha de sair para migrar para outro partido. Da minha parte falei que não havia empecilho, desde que queira seguir outro caminho. Mas tem a questão da legalidade. Uma coisa é você querer fazer politicamente e outra é da possibilidade de não perder o mandato ao fazer esse movimento e ele está apenas começando o mandato dele agora”, ponderou.
Blairo Maggi acrescentou ainda que o apoio ao governo Pedro Taques também se reflete na bancada federal. “Não há qualquer empecilho, ou observação. Todos nós, passadas as eleições, temos um único objetivo, que é ajudar a levar o dia-a-dia do Estado que não é fácil. Não é fácil operar, conduzir o Estado. O grau de dificuldade é muito grande, e principalmente quando vem acompanhado de uma crise econômica nacional como nós estamos agora. Mesmo que nós não tivéssemos um grau de dificuldade já internamente, seria afetado pelo que acontece em nível nacional. A sorte é que a atividade principal de Mato Grosso está ligada ao agronegócio”, alertou Maggi.
No Poder Legislativo, o PR mantém bancada com cinco parlamentares: o primeiro-secretário, Ondanir Bortolini, o Nininho; Mauro Savi; Emanuel Pinheiro; Wagner Ramos e Sebastião Rezende. Postura independente tem sido pontuada principalmente pelo deputado Emanuel Pinheiro, em que pese algumas observações de Nininho, como em relação ao decreto 53/2015, que trata dos restos a pagar.