O ex-secretário de Infra-Estrutura em Mato Grosso Luiz Antônio Pagot atribuiu a manobra do PSDB para evitar sua sabatina, nesta quarta-feira, no Senado Federal para ocupar o cargo de coordenador-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura Terrestre (Dnit) ao “duro jogo de interesses político” que rege as instituições. Ele afirmou que encarou o pedido de vistas do processo de indicação formulado pelo senador Mário Couto (PSDB-PA) como algo normal dentro das regras democráticas. “O PSDB é muito forte nas comissões do Senado” – disse o indicado de Lula. A sabatina deverá acontecer dentro de cinco dias. Senadores tucanos estão bombardeando Pagot pelo fato dele ter exercido, entre 1995 a 2002, as funções de assessor no Senado ( no gabiente de Jonas Pinheiro) e trabalhado, ao mesmo tempo, em uma empresa de Blairo Maggi, no Amazonas. O ex-secretário defende-se argumentando que não cometeu irregularidade e que declarou os dois rendimentos no imposto de renda.
Pagot se disse constrangido com a situação. Há dois meses ele tenta ser sabatinado no Senado, como parte do processo de homologação de seu nome para o cargo, exigido por lei. O processo ficou parado em função da obstrução do PSDB e também pelos próprios problemas do Congresso. O relator era o senador Sérgio Guerra. Por acordo, a relatoria foi entregue, posteriormente, a Jayme Campos (DEM-MT). Baseado em denúncias de grupos empresariais, o PSDB argumenta que Pagot acumulou empregos público e privado.
Tirando os interesses regionais, o Dnit está praticamente parado. Dono de um orçamento na ordem de R$ 8 bilhões, Pagot salientou que muito pouco está sendo feito por conta da resistência do PSDB. Bom para os oposicionistas do presidente. “O Brasil está sofrendo um grande prejuízo por conta dessa situação”, disse.
Nesta quinta-feira, o governador Blairo Maggi vai novamente a Brasília. Como presidente de honra do Partido da República, Maggi vai discutir a formação do Comitê Político Nacional da sigla. Vai, evidentemente, aproveitar para novas artriculações em torno do assunto. Ele já havia conversado com alguns senadores em busca de apoio. Na comissão de Infra-Estrutura, Pagot precisa de 14 dos 23 votos para ser aprovado.
A indicação de Pagot ao presidente Lula partiu em função do apoio de Maggi a reeleição do presidente em segundo turno.
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