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Oposição na Câmara apoia manifesto pró-impeachment de Dilma

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Reunidos por mais de duas horas na Câmara, líderes de oposição oficializaram hoje (23) o apoio ao manifesto pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff, marcado por movimentos sociais para o próximo dia 13. O texto do documento está sendo finalizado pelo grupo e será lido em plenário por volta das 16h de hoje. No encontro, os deputados contrários ao governo, incluindo pelo menos dois nomes da dissidência do PMDB, partido aliado, como Darcísio Perondi (RS) e Carlos Marun (MS), também decidiram criar um comitê para ações de apoio ao impeachment.

“Entendemos que o momento é grave. Esta fase da operação [denominada Acarajé] é especialmente muito grave, porque entendemos que a Lava Jato chegou ao Palácio do Planalto com as campanhas da presidente Dilma Rousseff”, disse o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM).

De acordo com os líderes de partidos como DEM, PPS, PSDB, além de políticos de qualquer partido, o comitê será composto por integrantes de movimentos sociais e entidades sindicais e empresariais que quiserem aderir ao movimento. Representantes dos movimentos Brasil Livre (MBR), Brasil (MBR) e Vem para Rua participaram das discussões, mas ainda não há definição sobre a formação deste comitê. A proposta é que seja criado como pessoa jurídica para que receba doações que patrocinariam as ações em todo o país.

“A população não aguenta mais ver a presidente Dilma no comando do país, depois do estelionato eleitoral. Este governo perdeu a autoridade para continuar governando, e com a prisão de João Santana [marqueteiro da campanha de Dilma] é mais uma prova do que já vinha acontecendo desde o mensalão: eles aprimoraram o esquema de pagamento de propina não só no país, mas no exterior”, disse Rubens Bueno (PR), líder do PPS.

Paulinho da Força (SD-SP) afirmou que a oposição vai pedir ainda hoje uma reunião com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski. A ideia é pedir celeridade à Corte sobre recursos enviados pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sobre o julgamento no qual a Corte decidiu invalidar, em dezembro do ano passado, a eleição da chapa avulsa para formação da comissão especial da Câmara dos Deputados que conduzirá o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “Para o país voltar a funcionar. O Congresso está paralisado por causa da decisão do Supremo, se tem ou não tem impeachment”, disse.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE), que tem reiterado que o assunto impeachment está vencido, manteve a defesa, mesmo diante das declarações da oposição, citando a prisão de João Santana, na 23ª fase da Lava Jato, acusado de receber propina durante as campanhas da presidente. “Vamos enterrar este morto-vivo. A oposição só fala nisso. Nossa pauta, do governo, é retomar o crescimento e este é o debate que os líderes da base estão dispostos a fazer”, afirmou.

O petista garantiu que o assunto não foi discutido na reunião dos lideres aliados, que ocorreu na manhã de hoje, no Palácio do Planalto, e contra-atacou: “O barulho da oposição é porque a oposição não tem agenda. Fica esperando todo o dia uma manchete no jornal para construir sua agenda. João Santana já tinha procurado o juíz Moro [responsável pela Lava Jato] para esclarecer o que tem e o que não tem. Isto não pode nem deve abalar nossa disposição de votar as matérias para o país”, afirmou.

Guimarães voltou a destacar que os órgãos já estão investigando as denúncias e garantiu que a campanha de Dilma não recebeu recursos ilegais. “O que temos que ter é apuração rigorosa e não seletiva. Queremos que o TSE apure isso tudo. Porque não perguntam nada sobre o episódio de Fernando Henrique Cardoso [sobre acusação de usar dinheiro ilegal para manter o filho de um relacionamento extraconjugal no exterior]. Porque apura só de um lado?”, questionou jornalistas, durante conversa no Salão Verde da Câmara.

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