A Operação Sorrelfa, feita na última quinta-feira, pelo GAECO – Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado- na casa do prefeito Juarez Costa (PMDB), em seu gabinete na prefeitura e na secretaria de Ação Social repercutiu, há pouco, na sessão da câmara municipal. O vereador Fernando Assunção, candidato a vice-prefeito (PSDB) questionou "como seria o comportamento de Juarez nesta sessão após a operação do GAECO. Ele deve explicações porque sempre atacou de forma cruel os meus aliados políticos. Agora, a população pede por explicações. Está em sigilo da justiça, mas temos a certeza que vamos ter respostas. O prefeito deveria ter o bom censo de se afastar até que as investigações se concluam", discursou, na tribuna. "A minha função é vir aqui e colocar a cara a tapa para enfrentar de frente esse tipo de político", acrescentou.
O vereador Julio Dias (DEM) disse que está "muito preocupado e triste com o que está ocorrendo em Sinop porque ficamos sabendo, pela mídia local, (a investigação) envolvendo nosso prefeito Juarez Costa. Em função das investigações que estão correndo vai afetar naquilo que é vital para economia de Sinop, que é a economia local. Sinop não merece passar pelo que o Brasil passou. A política não pode afetar a economia. Como que um empresário vai ter coragem de investir na cidade com o que está acontecendo. É claro que o gestor terá todo o direito de se defender, mas não podemos deixar Sinop exposta e prejudicar a economia", afirmou.
O vereador Wollgran Araujo (DEM) disse, na tribuna, que a "população quer compromisso e ética" e espera do prefeito "informações serias com documentos, provando, e não essas declarações politiqueiras. O povo não é mais bobo e cobra junto com os vereadores. Acredito que o gestor municipal terá a ombridade de se afastar até que se conclua as investigações", declarou.
O vereador Betão (PSB), ex-secretário de Governo na gestão de Juarez Costa, saiu em sua defesa. "Acompanhei quando o meu amigo Nilson Leitão foi injustamente preso. Falo com propriedade porque que era um dos líderes nesta câmara. Naquela época não foi pedido afastamento dele. Hoje querem pedir o afastamento de um político que fez muito por Sinop", discursou. "As eleições estão tomando rumos desleais. Tem parlamentares nesta casa que estão respondendo por processos. Enquanto não se julgarem os processo são todos inocentes. As eleições estão tomando proporções sujas. A todo momento vemos armações sujas. O prefeito de Sinop vai dar uma coletiva (entrevista(, amanhã, em Cuiabá e vai mostrar para população candidatos da coligação contrária que não faz parte naquele vídeo das investigação do GAECO", disse, referindo-se a reportagem do jornal A Gazeta, de ontem, que empresas estariam pagando despesas pessoais do prefeito de Sinop. Betão foi vaiado por pessoas que estavam assistindo a sessão, que acabou sendo suspensa por 3 minutos.
O vereador Jonas de Lima (PMDB) disse que o "Brasil não passa por momento bons no estado e município passam por dificuldades. Nós precisamos é acreditar na justiça. Estão aí os promotores, Polícia Federal, juízes. Então, porque adiantar algo que não sabemos o final ?. Infelizmente, é difícil fiscalizar tudo em município que cresce a passos largos. Se alguém estiver errado terá prisão. O ex-governador saiu direto para prisão (referindo-se a Silval Barbosa que está há 1 ano preso acusado de corrupção). É do meu partido, mas merece estar lá. Está pagando. O preito Juarez esta indo embora e as autoridades está tomando conta das situação. Julgaram Nilson Leitão e no final ele ganhou até indenização. Acredito que temos que deixar a justiça fazer seu papel. Temos que estabelecer nos próximos 14 dias a paz e a moral das pessoas de bem", defendeu.
Além de cumprir mandatos em Sinop, o GAECO também cumpriu mandados de busca e apreensão em Santa Catarina. O prefeito Juarez Costa confirmou, em pronunciamento após a operação, que um desses imóveis é um apartamento que possui em Balneário Camburiú (SC). Juarez se defendeu alegando que além do salário dele e da esposa tem renda anual de até R$ 1,5 milhão de suas emissoras de rádio. O prefeito também expôs que os bens que não constam em sua declaração de renda deste ano vão constar na declaração do ano que vem visto que está dentro do prazo legal. Ele acusou o governador Pedro Taques e o deputado Nilson Leitão de estarem por trás da operação do GAECO, classificando a operção de ato politiqueiro. Taques rebateu as acusações dizendo que não manda no Ministério Público nem na justiça, que a acusação de Juarez foi desrespeitosa a promotores e juízes e que deve parar de arrumas desculpas. Leitão rebateu Juarez dizendo que ele se "comporta da mesma forma que o ex-presidente Lula".
(Atualizada às 19:19h)