O Supremo Tribunal Federal (STF) acatou hoje (28) a denúncia de formação de quadrilha contra o núcleo político do PT até 2005, acusado pela Procuradoria-Geral da República de criar o esquema de compra de votos que ficou conhecido como mensalão. O ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, o ex-presidente do PT e atual deputado federal José Genoino e o ex-secretário-geral do partido Silvio Pereira foram incluídos como réus na acusação.
Com a decisão, Silvio Pereira, até então o único integrante da cúpula do PT que tinha escapado das acusações de peculato (desvio de dinheiro público) e corrupção ativa, virou réu no processo criminal que vai julgar o sistema de compra de votos de parlamentares da base aliada. “Silvio não apenas tratava de cargos a serem ocupados pelo PT no governo federal, como participou de reuniões nas quais teria acertado o esquema de pagamento aos partidos”, ressaltou o ministro Joaquim Barbosa, relator do caso.
Todos os 40 acusados pela Procuradoria-Geral da República se tornam agora réus de ação penal no STF. Por unanimidade, o plenário incluiu na mesma denúncia Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz (ex-sócios de Valério na SMPB), além de Simone Vasconcelos (ex-diretora financeira da SMPB) e Geiza Dias dos Santos (ex-funcionária da agência publicitária).
Os dez ministros presentes ao julgamento decidiram ainda abrir processo por formação de quadrilha contra Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Ayanna Tenório e Vinicius Samarane, dirigentes do Banco Rural, que teria operado os repasses ilegais de dinheiro a partidos políticos.
Em relação à cúpula do PT, Delubio e Silvio Pereira também tiveram a denúncia acolhida por unanimidade. No entanto, o ministro Ricardo Lewandowski votou pela absolvição de Dirceu e Genoino por formação de quadrilha. O ministro Eros Grau também votou pela inocência de Genoino em relação a essa acusação.