O presidente do Conselho de Ética do Senado, Sibá Machado (PT-AC), deve anunciar amanhã, o nome do novo relator que conduzirá as investigações requeridas pelo P-SOL. O partido quer saber se o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), teve contas pessoais pagas por terceiros. Este será o terceiro relator da matéria, uma vez que Epitácio Cafeteira (PTB-MA) afastou-se por motivos de saúde e seu substituto, Wellington Salgado (PMDB-MG), renunciou ao cargo na semana passada horas depois de ter sido anunciado.
Sibá Machado não descarta a possibilidade de, ao invés de escolher novo relator, nomear uma comissão de três parlamentares para conduzirem as investigações. O Regimento Interno do Senado prevê esta possibilidade. Neste caso, os senadores escolhidos terão que ser de partidos diferentes. “Pretendo escolher um novo nome até segunda-feira. Também regimentalmente posso nomear uma Comissão de Inquérito formada por três senadores do Conselho para desempenhar o papel da relatoria”, afirmou Machado.
Na semana passada, o presidente do conselho reconheceu que tem encontrado resistências por parte dos membros do colegiado para relatar as investigações contra Renan. Uma vez escolhido o relator ou definida comissão de três senadores, o desafio do Conselho de Ética será sistematizar os trabalhos de agora em diante uma vez que, na semana passada, decidiram aprofundar as perícias feitas pela Polícia Federal nos documentos apresentados por Renan Calheiros.
A primeira denúncia contra o presidente do Senado foi apresentada em 30 de abril, pela revista Veja, ao afirmar que o funcionário da empresa Mendes Júnior, Cláudio Gontijo, seria a fonte pagadora de uma pensão informal de R$ 12 mil à jornalista Mônica Veloso, com quem Renan Calheiros tem uma filha. A partir desta denúncia, o presidente do Senado foi ao plenário prestar esclarecimentos aos colegas. Reconheceu a relação extraconjugal com a jornalista e afirmou que a pensão de Mônica Veloso era paga por ele.
De acordo com o senador, Cláudio Gontijo, de quem é amigo pessoal, seria apenas o repassador dos recursos. O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), abriu, de imediato, investigações para apurar as denúncias. Calheiros encaminhou à corregedoria cópias de depósitos bancários e suas declarações de imposto de renda. No andamento desta investigações, novas denúncias foram publicadas na imprensa.
Entre elas, a de que Renan Calheiros teria fazendas de sua propriedade em Alagoas em nome de “laranjas”. O parlamentar encaminhou novas documentações, como declarações de Imposto de Renda, para comprovar que as fazendas foram adquiridas em seu nome. Estas investigações foram transferidas da corregedoria para o Conselho de Ética, a partir do momento em que o colegiado acatou, em maio, a representação do P-SOL.
Já sob investigação no Conselho de Ética, o parlamentar foi submetido a novas denúncias. Entre elas, a de que teria emitido notas fiscais duvidosas para comprovar sua renda aos conselheiros. Neste sentido, o presidente do Senado apresentou vários documentos, como recibos e notas fiscais, de transações comerciais realizadas em Alagoas com a venda de gado.