A troca no comando do Ministério de Minas e Energia não vai atrasar o leilão de energia previsto para dezembro. Segundo o novo ministro, Silas Rondeau, as licenças ambientais para as novas usinas hidrelétricas deverão ser liberadas até setembro, quando deverá ser lançado o edital para o leilão de energia nova, e não há risco de apagão pelo menos até 2009.
“Não há motivo nenhum para preocupação com o desabastecimento nesse período até 2009, 2010, dependendo de como se comportar o crescimento da economia”, disse Rondeau.
O prazo para que uma usina entre em operação é de aproximadamente cinco anos, segundo o ministro, para quem “a situação está absolutamente sob controle” e o cronograma previsto pelo governo está no tempo certo.
A quantidade de energia que será ofertada no leilão, no entanto, ainda não está definida. Segundo Rondeau, será “a quantidade necessária”. Até agora, somente uma usina, das 17 previstas inicialmente, já conseguiu licença ambiental para entrar no leilão.
Além do leilão de energia nova, o governo pretende fazer ainda outras duas licitações de energia velha e uma de linhas de transmissão até o final do ano.
Dar resultado
O ministro, que participou hoje da sua primeira reunião ministerial no governo Lula, disse que a recomendação do presidente principalmente aos novos ministros foi a de “trabalhar muito para dar resultado”, e mostrar que esse é um “governo que faz a diferença”.
Ele disse que na próxima semana deverá definir boa parte das nomeações para as estatais do setor elétrico (Eletrobrás, Eletronorte, Furnas e Eletronuclear). O assunto ainda está sendo discutido com a Casa Civil.
O ministro admitiu hoje que o presidente interino da Eletronorte, Walter Cardeal, foi convidado a ser efetivado no cargo, mas preferiu dar continuidade ao seu trabalho na diretoria de Engenharia da Eletrobrás.
Sobre a mudança no comando da Petrobras, ele disse considerar possível, mas afirmou que esse é um assunto que ainda está sendo discutido no governo.
O critério para as nomeações, segundo Rondeau, será técnico. Mas ele afirmou que, atendendo aos requisitos técnicos, haverá também a “variável política” da base aliada, e não só do PMDB, partido responsável pela sua indicação ao ministério.
Questionado sobre as sucessivas elevações no preço do barril do petróleo, o ministro disse que “não há nesse momento nenhuma aflição [no governo] com respeito a um aumento disparado do petróleo”. Ele considerou “pontual” a elevação do preço do barril do óleo no mercado internacional
Evitando falar sobre o impacto dessa alta do petróleo no preço dos combustíveis no país, o ministro disse apenas que a Petrobras tem uma metodologia de acompanhamento de preços e que os ajustes, eventualmente necessários, são feitos pela estatal. “De repente, o preço do petróleo cai e não varia o preço para o consumidor”, afirmou.
O barril do petróleo cru para entrega em agosto, negociado na Bolsa Mercantil de Nova York, fechou hoje cotado a US$ 60,62, alta de 2,88%.
Angra 3
O ministro evitou polêmica sobre a construção da usina nuclear de Angra 3. Ele disse que a posição técnica do ministério sobre o assunto já foi tomada e que está em discussão no CNPE (Conselho Nacional de Política Energética). O parecer do ministério, elaborado ainda na gestão da ministra Dilma Rousseff, é contrário à construção da usina.