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Novas provas incriminam José Riva e outros réus da operação Ventríloquo

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A juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda, adiou para o dia 3 de fevereiro o interrogatório do ex-deputado José Riva e de outros três réus na ação penal que apura desvio de recursos públicos, decorrente da Operação Ventríloquo. A decisão, tomada ontem, foi motivada pela juntada, por parte dos promotores do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), de dois dossiês apreendidos na casa do ex-procurador Anderson Flávio de Godoi e de Júlio César Domingues Rodrigues, réus no mesmo processo, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão. Diante das novas provas, os advogados dos acusados solicitaram prazo para análise do material, o que foi concedido pela magistrada, que remarcou a audiência para o próximo dia 3 de fevereiro.

Nesta sexta, estavam previstos os depoimentos de duas testemunhas de defesa e o interrogatório dos réus, Riva, Godoi, Rodrigues e Luiz Márcio Bastos Pommot. Todos são acusados de terem metade dos R$ 9,3 milhões pagos pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso ao banco HSBC, por conta de uma dívida da contratação de seguros saúde para servidores da Casa de Leis. A investigação partiu da delação premiada do advogado Joaquim Mieli, que representava o banco, e revelou aos promotores a participação dos acusados no esquema descoberto.

Conforme coordenador do Gaeco, Marco Aurélio de Castro, nos dossiês constam perícia extrajudicial, realizada em 10 de novembro de 2014, encaminhada a Godoi, que atestava que os valores que seriam pagos à instituição financeira estavam superfaturados. “Mesmo assim, em fevereiro de 2015, estes valores foram pagos, o que demonstra de forma cabal desvio dos recursos públicos”.

O outro documento, explica o promotor Samuel Frungilo, contém uma anotação, em uma das páginas, em que aparece o nome do ex-deputado, atualmente preso no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), ao lado do percentual e dos valores que, segundo a acusação, foram repassados a Riva. “A anotação é clara e demonstra que 45% dos valores que seriam pagos ao banco voltariam para Riva, para abastecer o caixa da corrupção”.

Castro pontua que o pedido da defesa de analisar as provas é uma tática, uma vez que os materiais foram apreendidos com os réus e que o Gaeco está atrás dos destinatários dos recursos supostamente desviados. “A gente respeita este pedido da defesa, mas as provas deixam claro um conluio de toda essa quadrilha para saquear dinheiro público e depois esse dinheiro foi pulverizado. Estamos analisando a destinação deste dinheiro e surpresas virão, porque vamos chegar a estas pessoas”.

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