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Nortão: prefeito reassume e diz que deixará de fazer obrigações do Estado

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A Prefeitura de Paranaíta deverá estar fechada para atendimento ao público essa semana. O prefeito Pedro Alcântara, que ficou afastado por suas semanas, por decisão da Justiça, reassumiu na quinta-feira e aponta que alguns documentos não haviam sido localizados, motivando registro de boletim de ocorrências na delegacia para que sejam apuradas responsabilidades. Durante seu afastamento, o vice Milton Munhoz comandou a prefeitura. Alcantara não explicou quais documentos teriam sumido. Disse ainda que o vice dificultou o acesso a documentos que pudessem facilitar sua defesa e as ações jurídicas para retornar ao cargo. Por isso, recorreu a órgãos governamentais da esfera estadual para conseguir os documentos necessários, para protocolar junto ao Tribunal de Justiça.

O prefeito disse que o afastamento temporário foi uma lição de vida e aproveitou para pensar no projeto de redução de pessoal e secretarias. “Elas já iam acontecer e isso deu mais força pra gente aproveitar o momento e fazer as mudanças que precisam ser feitas”, disse. A arrecadação de Paranaíta, segundo cálculos do prefeito, tem girado entre 450 e 500 mil reais mensais, volume que impede a manutenção da estrutura que vinha sendo mantida.

As ações empreendidas pelo município atendendo necessidades do governo estadual, como a recuperação de pontes e estradas não serão mais prioridade da administração municipal, que pretende quitar e manter os salários dos servidores em dia. “Cada um faça a sua obrigação. A prioridade é quitar a folha de pagamento, que é uma das coisas que mais está dando desgaste a minha administração”, afiançou, dizendo que fez muitas obras, mas que acabam ficando encobertas diante do transtorno causado pelo atraso salarial.

Ele defende que as apurações por parte do Ministério Público e pela Câmara Municipal continuem e que se houver culpados, que venham a ser punidos. Seu afastamento foi decidido pela justiça local atendendo pedido do Ministério Público, que denunciou o prefeito por improbidade administrativa e uso indevido de dinheiro público. Segundo o MP, o suposto desfalque pode ter alcançado R$ 1,2 milhão, diferença entre as despesas comprovadas e a prestação de contas apresentada.

Oposição
Visivelmente abatido pela decisão da justiça que cassou a liminar que afastava Pedro Alcântara da prefeitura, o vice, Milton Munhoz, que ocupou o cargo de prefeito por 14 dias, disse que o município tem jeito. Nesse período, Munhoz tomou diversas providências, entre elas requisitar uma ambulância do Assentamento São Pedro, fechamento do Posto Fiscal, exoneração de 32 servidores e pagamentos de servidores e fornecedores. Segundo apurou, só para quitar as folhas em atraso, além de rescisões trabalhistas, são necessários 450 mil reais.

O vereador Manoel Moura Nunes, o Netinho, um dos autores das denúncias que levaram o Ministério Público a pedir o afastamento de Alcântara, disse que as cobranças vão continuar. O vereador fez questão de dizer que a intenção é apurar os indícios de irregularidades apontadas pelo MP.

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