O secretário Nacional de Política Agrícola do ministério da Agricultura Neri Geller (PP) deixa o cargo, hoje, após denúncias de ilegalidades no leilão de 263 mil toneladas de arroz que empresas vencedoras não atuavam no ramo. O ministério decidiu anular o leilão diante dos desgastes políticos para Lula e o ministro Carlos Fávaro, aliado de Geller.
O presidente da Conab, Edegar Pretto, os ministros Carlos Fávaro (Agricultura) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) anunciaram, esta manhã, que as empresas vencedoras do leilão foram convocadas e constatado que não têm capacidade de entrega da quantidade de arroz arrematada.
O ministro da Agricultura disse que “Neri Geller me comunicou, fez ponderação, quando filho dele estabeleceu sociedade com esta corretora do Mato Grosso, ele não era secretário de Política Agrícola”, explicou Fávaro ao se referir ao fato de um filho de Geller ter aberto empresa com um ex-assessor do secretário, que foi um dos negociadores do leilão.
O jornalista Eduardo Gayer, do Estadão, informa que “pelo histórico de Neri Geller” que havia feito a ponte política entre Lula e o agronegócio, só o presidente “poderia dar aval a demissão do secretário, dizem aliados”. A reportagem também apurou que Lula fez reunião de emergência com Favaro e Teixeira e externou “irritação” com o leilão de arroz que “deu munição à oposição para criticar o governo após empresas sem relação com o setor, como uma fabricante de sorvetes, terem sido vitoriosas no certame”.
De acordo com o Estadão, Neri Geller acabou sendo responsabilizado pelos problemas do leilão porque o diretor de Abastecimento da Conab, Thiago dos Santos, era indicação de Geller para ocupar a diretoria.
Geller era considerado o número 2 no ministério e foi ministro da Agricultura no governo Dilma.
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