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MPE denuncia Roseli Barbosa em mais 2 ações por fraudes em secretaria estadual

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A ex-primeira-dama de Mato Grosso, Roseli Barbosa, foi acionada pelo Ministério Público Estadual (MPE) em mais duas ações civis públicas por atos de improbidade administrativa, também relativas ao esquema de desvio de R$ 8 milhões na Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas), pasta que ela comandou por três anos e 11 meses, na gestão esposo, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB). No começo dessa semana, outras quatro ações por improbidade já tinham sido protocoladas na Justiça de Mato Grosso, contra Roseli.

No total, foram denunciadas 41 pessoas e empresas nas 2 ações protocoladas nesta sexta-feira (22) na Vara Especializada de Ação Civil e Ação Popular. O juiz responsável pela vara é Luís Aparecido Bertolucci Júnior. Quase todos os acusados já foram acionados nas outras 4 ações propostas pelo MPE nesta semana. Entre os denunciados, estão 13 empresas incluindo 4 lotéricas e também 2 institutos. As denúncias ainda não foram recebidas pela Justiça. Os demais nomes são de pessoas físicas.

O esquema de desvio dos recursos da Pasta foi investigado pelo Grupo de Atuação Contra o Crime Organizado por meio das Operações Arqueiro (deflagrada em abril de 2014) e Ouro de Tolo (agosto de 2015). Segundo as investigações, a pasta comandada por Roseli firmou contratos com várias empresas e institutos de fachada, para em tese oferecer cursos de qualificação profissional para a população, principalmente no período que antecedeu a Copa do Mundo de 2014. De acordo com investigações preliminares, foram pagos R$ 20 milhões para a execução dos programas.

Com a continuidade das investigações o Gaeco constatou que desse total, 8 milhões foram desviados e retornavam para os acusados. As investigações revelaram que 40% do valor desviado nas fraudes cometidas na Setas ficavam com a secretária e ex-primeira-dama, acusada de liderar a organização criminosa. Outros 36% eram devolvidos aos empresários envolvidos no esquema e 24% eram entregues ao empresário Nilson da Costa Faria e Rodrigo de Marchi, ex-assessor especial de Roseli na Setas.

Os detalhes de como funcionava o esquema bem como o valor que ficava para cada um dos acusados foram revelados pelo empresário Paulo Cesar Lemes que firmou um acordo de delação premiada e explicou como funcionavam as fraudes. Ele era o dono da Microlins e outros 3 institutos de fachada criados para firmar contratos com o Estado de maneira fraudulenta.

Ele também foi denunciado nas ações por improbidade propostas nessa semana e ainda na esfera criminal, numa ação penal que tramita na 7ª Vara Criminal de Cuiabá tendo como réus a ex-primeira-dama e outras 35 pessoas acusadas pelos crimes de organização criminosa, corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e uso de documentos falsos.

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