O promotor eleitoral Marcos Machado solicitará à Justiça mais uma cassação do diploma do vereador cuiabano Ralf Leite (PRTB). Dessa vez, porque ele teve a prestação de contas reprovada pela Justiça, o que fará com que suba para três o número de pedidos para cassar o mandato do parlamentar acusado de compra de votos e abuso de poder econômico.
A rejeição das contas de Ralf se deu em dezembro, através da decisão do juiz eleitoral Luiz Carlos da Costa. Como o vereador recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) questionando a sentença, o promotor aguarda apenas a manifestação da Corte ratificando a reprovação para tentar mais uma vez cassar o diploma do vereador.
De acordo com o juiz Luiz Carlos da Costa, Ralf teve em sua prestação de contas reprovadas porque o balanço final não bateu com a prestação de contas parcial. Além disso, houve omissão na declaração da cessão de veículos, falta de apresentação de recibos eleitorais de doações de serviços, entre outros.
O vereador do PRTB, que já responde a um processo disciplinar na Câmara Municipal porque foi preso em flagrante no dia 6 de fevereiro fazendo sexo com um travesti menor de idade, é alvo de duas representações que podem lhe custar o mandato. O Ministério Público Eleitoral tenta lhe cassar o diploma por compra de votos mediante distribuição de tíquete-combustível e aliciamento de eleitores no presídio do Carumbé.
As duas representações que já existem podem resultar na cassação do mandato de Ralf, mas ele também é alvo de uma ação penal juntamente com outras cinco pessoas por compra de votos e que pode resultar em pena de detenção de até 4 anos. A ação penal decorre da mesma denúncia de compra de votos e tem como testemunha-chave o presidiário Willian David da Silva, que admitiu ter recebido dinheiro e cartões telefônicos em troca do voto de seus familiares. William David que prestou depoimento e confirmou a transação, estranhamente fugiu da prisão.
Ralf nega a compra de votos e qualquer irregularidade na prestação de contas. Afirmou, em juízo, que acredita que Marcos Machado tenta lhe prejudicar por causa de uma suposta rixa com o seu pai, Edson Leite, diretor do Hospital Militar do Estado. Marcos Machado nega e diz que isso se trata de um manobra da defesa para desviar a atenção das denúncias.