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MP investiga empresas em contrato firmado com a prefeitura de Cuiabá na operação Sócio Oculto por suspeita de superfaturamento

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Redação Só Notícias (foto: assessoria - atualizada 14:48h)

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco Criminal), com apoio de agentes do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), deflagrou, hoje, a Operação Sócio Oculto, em Várzea Grande, visando dar cumprimento a mandados de busca e apreensão, expedidos pelo desembargador Luiz Ferreira da Silva. A operação se dá no curso de um inquérito policial, presidido pelo delegado de Polícia Civil Rodrigo Azem Buchdid, instaurado para apurar possível direcionamento de licitação e superfaturamento dos serviços de varrição de praças e vias públicas, objeto de contrato firmado em 2019, no valor de R$ 48,7 milhões, entre a prefeitura de Cuiabá, por meio da secretaria Municipal de Serviços Urbanos, e a empresa Eletroconstro Prestação e Terceirização de Serviços Ltda.

As investigações realizadas até o momento apontam várias irregularidades na execução do contrato notadamente, o fato de a empresa não disponibilizar o número de trabalhadores para a realização dos serviços de limpeza, conforme previsto, e, inclusive, deixar de promover a regular varrição dos logradouros, não obstante estar sendo paga com regularidade.

Além disso, há indicativos de atos fraudulentos nos atos constitutivos da empresa, que não foram levados em conta por ocasião do processo licitatório, além de relações suspeitas entre a Eletroconstro e outras pessoas físicas e jurídicas, notadamente com a Construtora Nhambiquaras Ltda.

Foram descobertas, também, no curso dos trabalhos investigativos, procurações recíprocas outorgadas entre os sócios-proprietários das empresas envolvidas, algumas conferindo poderes amplos e irrestritos sobre a gestão das companhias, denotando a existência de vínculos inusuais entre a Eletroconstro e a Construtora Nhambiquaras Ltda. Esse fato, somado a outros, sugerem que os proprietários formais da Eletroconstro sejam meros “laranjas” da empresa. A ordem emanada pelo desembargador Luiz Ferreira determina a busca e apreensão de documentos, computadores, celulares, e tudo o mais que possa interessar às investigações.

A informação é da assessoria do Ministério Público.

Outro lado
Em nota a prefeitura de Cuiabá informa que  “o contrato entre o Município e a Eletroconstro Prestação e Terceirização de Serviços foi formalizado a partir da conclusão do processo licitatório iniciado em 2018, no qual a empresa foi a vencedora; Oocertame público foi realizado seguindo todas as determinações da Lei Federal 8.666/93, que institui normas para licitações e contratos da Administração Pública” e “que foi respeitado todas as etapas determinadas pela legislação, inclusive com apresentação das justificativas a todos os questionamentos feitos na época pelo Tribunal de Contas do Estado”. A prefeitura acrescenta que no seu Portal da Transparência,  “fornece todas as informações necessárias sobre o contrato formalizado com a empresa” e também reforça o compromisso do município com a transparência pública e lisura em seus atos administrativos. Por fim, o Executivo enfatiza seu apoio à toda ação dos órgãos de controle que visam garantir o zelo ao erário e se coloca à disposição para colaborar com todas informações necessárias ao avanço das investigações”.

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