O Ministério Público Estadual (MPE) requisitou da Câmara de Cuiabá informações sobre a suposta contratação de duas empregadas domésticas que teriam sido pagas pelo Legislativo, mas trabalhado na fazenda do ex-presidente Lutero Ponce (PMDB). Os dados servirão para a possível instauração de um inquérito a ser conduzido pelo promotor de Justiça Clóvis de Almeida Júnior.
A Câmara encaminhou as informações ontem mesmo ao MPE. Os dados contêm cópia da denúncia feita pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e também o andamento processual das ações trabalhistas apresentadas por duas empregadas domésticas que teriam sido contratadas de forma terceirizada em 2007 pela empresa Uniserve, mas na verdade desempenhavam função na fazenda de Lutero. Elas brigam na Justiça para receber horas extras que não teriam sido pagas pelo ex-presidente.
As ações trabalhistas são movidas pelas domésticas Marinil Joana de Arruda e Gildalice de Fátima Azevedo da Silva. Ao denunciar o caso, o coordenador do MCCE, Antônio Cavalcanti Filho, o Ceará, alegou que o caso pode fundamentar a cassação de Lutero por falta de decoro e ainda comprovará suposta improbidade administrativa.
Lutero já foi acusado por uma auditoria contratada pelo atual presidente, Deucimar Silva (PP), de promover um rombo de R$ 3 milhões nos cofres do Legislativo somente em 2008, último ano do seu mandato como ordenador de despesa da Câmara. Ele nega a acusação e se diz vítima de perseguição política. Diz ainda que vai provar sua defesa através dos órgãos como Delegacia Fazendária e Tribunal de Contas do Estado (TCE).