O ex-presidente da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Fema), Moacir Pires, foi transferido de uma cela da Delegacia de Capturas para o Comando Geral do Corpo de Bombeiros sem autorização da Justiça ou da Polícia Federal, ainda na sexta-feira (03).
Ao tomar conhecimento da situação por A Gazeta, o delegado que comanda as investigações, Tardelli Boaventura, prometeu investigar e adiantou que se a transferência ocorreu foi por determinação do governo do Estado, “à revelia da Polícia Federal”.
Pires passou a noite em um alojamento do Comando, localizado no bairro do Porto. Ele foi preso durante a Operação Curupira, acusado de fazer parte de uma rede de corrupção e crimes ambientais que envolvia servidores do Ibama e da Fema, além de madeireiros e despachantes.
Ontem pela manhã a reportagem testemunhou a movimentação no local. Pires recebeu a visita de colegas de trabalho e familiares. Não havia policiamento. O carro dele, uma Pajero preta, estava estacionada no pátio interno do órgão. Pires teve o pedido de habeas corpus negado pelo Tribunal Regional Federal.
O juiz federal Julier Sebastião da Silva, que expediu o mandado de prisão de Pires, disse que não autorizou a remoção. “Não tenho conhecimento”, confirmou Julier.