“Recebi a notícia da prisão com um misto de tristeza e alegria”, disse o governador Pedro Taques (PSDB) a respeito da prisão do ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto (PSDB), na última quarta-feira. Permínio é acusado de liderar esquema de fraudes em licitações dentro da Seduc.
O depoimento foi feito durante inauguração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Ipase, em Várzea Grande, esta manhã. Antes de cortar a fita para inaugurar a unidade oficialmente, o governador afirmou que no governo passado não houve investimentos como esse da UPA e complementou veementemente: “Dilma já foi afastada, agora que o PT também vá para bem longe”.
No entanto, o chefe do Executivo preferiu não dar conotação política em seu primeiro pronunciamento sobre a prisão de seu ex-secretário. Taques explica sentimentos dúbios. "Com tristeza por conta de atitudes corruptas continuarem existindo, mas alegria porque as instituições responsáveis pela fiscalização e investigações estão funcionando. No estado democrático de direito, todo cidadão tem direito ao princípio de ampla defesa e a ele é assegurado tal direito”.
Apesar de Permínio ter sido escolha pessoal e técnica dele próprio, Taques reafirmou que quem tiver culpa nos desvios deve ser responsabilizado e pagar por isso.
Permínio Pinto foi preso pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) durante a segunda fase da operação Rêmora deflagrada no dia 3 de maio para desarticular um esquema de fraudes em licitações da Seduc envolvendo 23 obras de reforma e ampliação de escolas orçadas em R$ 56 milhões. A segunda etapa da operação foi batizada de "Locus Delicti" (lugar onde foi praticado o crime).
O ex-secretário de Estado "participou ativamente do comando decisório da organização criminosa já denunciada", sustentou o Gaeco na representação da prisão que foi aceita por Selma Rosane.