O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe em instantes o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, para receber seu pedido de demissão, segundo uma fonte ligada ao ministro e ao presidente.
Superada essa questão, com a indicação do substituto –provavelmente o ministro Jaques Wagner, do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES)–, Lula chamará o PMDB para ampliar a reforma ministerial.
Aldo disse a amigos que pedirá ao presidente, na audiência, para liberá-lo do cargo definitivamente. Ele já havia pedido demissão duas outras vezes, por divergências com ministros do PT, mas Lula recusou em ambas.
O Palácio do Planalto pode anunciar ainda hoje o nome do substituto de Aldo. O ministro Jaques Wagner está de sobreaviso para assumir a função desde a noite de terça-feira, quando conversou com Lula sobre o assunto, segundo as fontes da Reuters.
Os termos do PMDB
Lula já conhece os termos pelos quais o PMDB está disposto a apoiar seu governo. Segundo dirigentes do partido eles são os seguintes:
— Manifestação pública do presidente sobre a necessidade da aliança, explicitando por que deseja o apoio do PMDB e com que objetivo de governo;
— Participação ampliada no ministério, com indicação de pelo menos quatro nomes para cargos importantes, por critérios de competência, probidade e densidade política;
— Igualdade de tratamento para os governadores do PMDB em relação aos demais governadores de partidos aliados, principalmente no Ministério da Fazenda;
— Nenhuma interferência do Planalto em assuntos internos do partido, especialmente quanto à possibilidade de o PMDB lançar candidato próprio à presidência em 2006;
— Nenhuma interferência do Planalto na reorganização da bancada na Câmara dos Deputados, que deve eleger novo líder em substituição ao governista José Borba (PR); -Tratamento institucional com o partido, mesmo que isso implique na participação de antigas lideranças do governo Fernando Henrique Cardoso, como o presidente da sigla, deputado Michel Temer (SP), o ex-ministro e deputado Eliseu Padilha (RS) e o deputado Moreira Franco (RJ).
Aceitos esses termos, Lula pode procurar o PMDB antes da viagem para a Colômbia, prevista para este domingo, segundo dirigentes do PMDB e fontes do Planalto.