O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público Estadual (MPE) entraram com um processo contra o governador Silval Barbosa (PMDB), o secretário Extradordinário da Copa do Mundo em Mato Grosso (Secopa), Maurício Guimarães, e o Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande por danos morais, devido aos atrasos reiterados na execução das obras de implantação do modal. Os procuradores e promotores apontam que os gestores e a empresa, tinham ciência de que a obra não seria finalizada à tempo para a Copa do Mundo, em junho passado e mesmo assim afirmavam que ficariam prontas. Por conta das promessas, o grupo quer a condenação de Silval, Maurício e da empresa com o pagamento de R$ 148 milhões em indenizações.
A procuradora da república Bianca Brito Araujo e o promotor Clóvis de Almeida Júnior disseram, esta manhã, que os gestores responsáveis em fiscalizar o andamento das obras não se preocuparam em alertar a sociedade sobre o ritmo da execução e os atrasos previstos. Devido aos transtornos e queda da qualidade de vida da população da Grande Cuiabá, os órgãos pedem o ressarcimento que será dividido entre cada envolvido no processo.
“Essa ação não visa embargar obra, não tem previsão de suspender a execução da obra. O Ministério Público está ciente de que a sociedade mato-grossense já passou por diversos transtornos e não quer criar mais um obstáculo para a obra não seja finalizada, mas quer responsabilizar os administradores públicos e as empresas que participam de licitações públicas que estão em contratos com o poder público, no sentido de que saibam, estejam cientes de que tem que honrar o que foi pactuado e fiscalizar os contratos”, disse a procuradora.
Uma das provas juntadas é que Silval saberia que o modal não ficaria pronto a tempo, ao contrário do que sempre afirmou em entrevistas, é uma entrevista concedida por ele a uma agência internacional de notícias. Na ocasião, o governador confessa, em junho de 2014, que sabia desde o início que o VLT não ficaria pronto a tempo para a copa.