O promotor de Justiça, Célio Jouber Fúrio, do Ministério Público Estadual (MPE), instaurou dois inquéritos contra a Secretaria de Estado de Gestão (Seges) para investigar contratos milionários com duas empresas. Segundo os autos, o TCE detectou acréscimo do valor do serviço de 111%, a inexistência de especificações claras e detalhadas dos serviços prestados e a ausência de documentos relativos aos funcionários executores de atividades.
Conforme os procedimentos, a Seges celebrou contrato com uma delas para prestação de serviços de operacionalização dos sistemas de gestão corporativa, no valor de R$ 2,9 milhões com prazo de vigência de 12 meses, cujo instrumento foi prorrogado por mais 12 meses.
O Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE) detectou irregularidades como a falta de especificação dos serviços prestados e a falta de detalhamento sobre equipe de funcionários.
Já com a segunda empresa, o MPE informa sobre possíveis irregularidades no contrato para a prestação de serviço de desenvolvimento buscando atualização de versão do Sistema Iomatnet, relacionado a divulgação eletrônica do Diário Oficial de Mato Grosso, no valor de R$ 1,5 milhão com prazo de vigência de 12 meses, cujo instrumento foi prorrogado por mais 12 meses. Os inquéritos foram instaurados na quarta e quinta-feiras, da semana passada.
Uma das empresas tem como um dos sócios o atual presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Jandir José Milan. Ele foi citado na colaboração premiada do ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf. De acordo com o ex-secretário, Milan entregou ao ex-governador Silval Barbosa um envelope com R$ 400 mil de doação ilegal na campanha de 2010. A Delegacia Fazendária abriu há seis meses um inquérito para investigar as licitações e contratos da empresa.
A segunda empresa investigada é acusada de pagar propinas por contratos com o governo de Mato Grosso.