O Ministério Público Federal (MPF) informou hoje que denunciou o prefeito de Cláudia (90 quilômetros de Sinop), Altamir Kurten, por lavra de cascalho sem a autorização da União, ocorrida entre os anos de 2017 e 2020. Na denúncia apresentada ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), o MPF pede a condenação do gestor público pelos crimes de extração de recursos minerais sem a devida autorização e usurpação de matéria-prima pertencente à União.
Segundo o MPF, a ação teve início após um morador da região acionar o MPF, alertando sobre a ocorrência da atividade exploratória irregular. “As investigações revelaram que o prefeito detinha apenas uma licença expedida pelo próprio município para realizar a extração de cascalho, sem autorização do órgão competente na esfera federal, a Agência Nacional de Mineração (ANM) – à época Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Um pedido de autorização chegou a ser protocolado, porém foi negado devido ao parecer contrário de um engenheiro ambiental da autarquia federal. Ainda assim, a extração foi realizada”, afirma a Procuradoria.
“Nem mesmo as condicionantes da licença municipal foram cumpridas pelo acusado. O documento exigia autorização prévia do órgão federal competente, o que não existiu, bem como um plano de recuperação ambiental da área explorada, o que também não foi atendido”, conclui o MPF.
Segundo o Ministério Público, a pena para o crime de extração de recursos minerais sem autorização (Lei 9.605/98) é de seis meses a um ano de prisão e multa. Pelo crime de usurpação de patrimônio da União (Lei 8.176/91) a pena pode chegar a cinco anos de detenção.
Na ação, o MPF cobrou ainda que Altamir pague indenização no valor de R$ 89 mil para financiar a reparação ambiental do local degradado, na zona rural da cidade. As informações foram divulgadas pela assessoria do órgão.