Afastado por opção das discussões políticas oficiais, o empresário Mauro Mendes (PSB) volta a ser a "bola da vez" numa costura velada entre grandes siglas, como o PMDB e o PR. Depois de anunciar sua decisão de permanecer no PSB, ele volta a ser procurado para entendimentos que poderão alçá-lo novamente à condição de candidato ao governo nas eleições de 2014, tendo respaldo do PMDB e de legendas aliadas. O perfil ousado do empreendedor, somado ao destaque eleitoral obtido no pleito de 2010, o colocam na linha de frente dos preferidos pelo bloco político para encabeçar a corrida ao Palácio Paiaguás. Em entrevista exclusiva para a Gazeta, Mauro demonstra extrema cautela ao avaliar o assunto.
O governador Silval Barbosa (PMDB), que contabiliza simpatia também de partidos adversários no pleito geral, como o DEM, vem arregimentando saldo positivo em sua gestão por meio da implementação de uma administração aberta do ponto de vista político. As ações de governabilidade abrangentes, com postura municipalista também espelham um futuro promissor para projeto futuro. Mas o nome dele está fora da disputa ao comando do Estado, por ter sido reeleito.
O PMDB e o PR, sob direção do coordenador da bancada federal, deputado Wellington Fagundes, buscam um nome que possa agregar força suficiente para despontar na disputa ao governo. O nome de Fagundes também é avaliado, assim como outras vias. E Mauro surge nesse contexto como "ótima" possibilidade. Poderá liderar o projeto retornando para o PR, sigla que deixou em 2009 para aderir ao PSB, ou ainda ingressar no PMDB. Os caminhos estão abertos.
Existe resistência dele para deixar o partido. Fonte assegura que ele tem participado de reuniões sigilosas entre líderes do PMDB e do PR para debater sua liderança na corrida ao governo. Contido ao avaliar a questão, ele prefere acentuar o discurso no sentido de que todas as conversações são prematuras. Não confirma os atuais entendimentos, mas também não nega. O silêncio em relação às articulações diz mais do que palavras. Seguindo a linha já conhecida, de cuidado com as declarações oficiais, ele garante que no momento se dedica exclusivamente aos trabalhos ligados ao grupo de empresas.
"Estou lisonjeado se meu nome vem sendo avaliado. Nesse momento estou fazendo o que o povo disse nas eleições. Me mandaram voltar para casa e é o que estou fazendo, cuidando do meu trabalho. As discussões são prematuras, não é tempo de avaliar isso e sim das autoridades competentes e do governo de fazer um trabalho de qualidade pela sociedade".
Mas as declarações deixam nas entrelinhas uma proximidade com a gestão de Silval. "Só posso desejar ao governador boa sorte na sua atuação. Foi eleito pelo povo e espero que faça uma gestão voltada para a sociedade. Colaboro nesse sentido como cidadão". Paralelamente e curiosamente, o Movimento Mato Grosso Muito Mais, integrado por partidos como o PDT, PV, PPS e PSB, além da adesão recente do PSDB, simplesmente "esfriou".
As reuniões periódicas, até semanais do movimento, não têm ocorrido e líderes como o presidente do PPS, deputado Percival Muniz, têm se dedicado a tarefas parlamentares. Outro ponto favorável para a tática do bloco político do qual o PMDB faz parte, se dá em torno da "familiaridade" do presidente estadual do PSB, deputado federal Valtenir Pereira, com o governo, principalmente como Silval.