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Mauro confirma encontro com Bolsonaro e diz que se houver embargos devido a queimadas será muito prejudicial

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Só Notícias (foto: assessoria/arquivo)

O governador Mauro Mendes destacou, hoje, a necessidade que o país seja mais eficiente no combate a qualquer questão relacionada ao meio ambiente, principalmente para que não prejudique o agronegócio e a imagem do Brasil. Ele defendeu a necessidade de haver uma blindagem ao país para que as relações comerciais não sejam prejudicadas. “Estamos em meio de um grande incêndio internacional. Houve uma desproporcionalidade nas reações na mídia interna e externa e as mídias sociais são importantes, mas acabam proliferando uma realidade que, às vezes, não é verdadeira. E isso é muito ruim para a imagem do nosso país, sobretudo para o agronegócio brasileiro. E falo isso porque o nosso Estado é o maior protagonista no cenário brasileiro, como o maior produtor de commodities agrícola”, destacou, durante entrevista a Rádio CBN, em São Paulo, nesta segunda-feira (26).

Esse foi um dos motivos que levou o Estado a solicitar ações por parte do Governo Federal no combate aos incêndios florestais.  “Nós aderimos a esse programa do governo federal, de forma preventiva, para que com mais apoio humano e financeiro, possamos ser mais rápidos e eficientes no combate de qualquer assunto ligado ao meio ambiente” e dar “uma blindagem ao nosso país, porque se acontecer um embargo ao agronegócio brasileiro, como chegou a ser ventilado na semana passada, isso será muito ruim para a balança comercial e consequentemente para o Brasil, e será uma catástrofe para o Estado de Mato Grosso”, defendeu.

“Estamos agindo muito rapidamente, precisamos crescer e produzir, mas precisamos fazer isso dentro dos princípios da sustentabilidade e, acima de tudo, fazer isso de acordo com as regras internacionais, pois dependemos desses países para vender os nossos produtos”, explicou Mauro, acrescentando a importância do agronegócio brasileiro, que foi o grande responsável pelo salto da balança comercial do Brasil nas últimas décadas. Por isso, segundo o governador, é de extrema importância respeitar os acordos internacionais e proteger o meio ambiente.

“O agronegócio brasileiro talvez seja hoje o setor que é o mais competitivo em nível mundial. Nas relações comerciais o meio ambiente passou a ser o tema principal, então não adianta crescer a nossa produção se não fizermos isso em consonância com essas regras e com aquilo que deseja o mundo. Todos nós brasileiros também temos a nossa consciência ambiental e acima de tudo queremos preservar a natureza. No agronegócio, e posso falar pelo meu estado, a grande maioria dos produtores tem a absoluta convicção da importância que tem a sustentabilidade e de crescer com tecnologia e não desmatando qualquer área”, ponderou.

Ele ressaltou que no Estado, no momento, não há nenhum incêndio de grandes proporções. O único dessa natureza já foi contido e ocorreu na Serra Ricardo Franco , tendo sido controlado pelo Corpo de Bombeiros. De acordo com os dados oficiais, a maior parte dos incêndios ocorre na zona rural, próximo as grandes cidades do Estado e também em pequenas propriedades rurais.  “Temos uma radiografia feita ontem (25), pelo Corpo de Bombeiros que a nossa situação está controlada e existe uma atuação muito forte da corporação, mas, principalmente, em parceira com produtores rurais que sabem o quanto esse problema ambiental das queimadas em nosso Estado e no Brasil é relevante. Por isso, muita gente está ajudando e colaborando nesse sentido”, destacou.

Outro ponto abordado pelo governador na entrevista foi referente ao sistema de monitoramento que é utilizado pelo Estado para combater o desmatamento, em uma parceira com organismos internacionais. Além disso, ele frisou a redução do desmatamento no Estado, em comparação com o ano anterior.

“O desmatamento em Mato Grosso – embora na Amazônia como um todo cresceu – em um ano, comparado com o mesmo período, reduziu 17%. Agora, nós estamos fazendo um trabalho, que entrou em funcionamento há 15 dias, que é capaz de detectar em tempo real, que se um cidadão começar a desmatar hoje, amanhã nós já conseguimos pegar. É um sistema de imagem do conjunto de satélite Planet, que libera imagens todos os dias da terra. Nós compramos [via parceria com os organismos internacionais] essas imagens e o sistema cruza os dados do dia anterior com o dia subseqüente e o desmatamento de meio hectare é detectado”, disse.

Ele ainda informou que “esta semana estamos com várias operações, com nosso batalhão ambiental, em parceria com o Ibama, a Polícia Militar e nós já estamos indo nessas propriedades que foram detectadas na semana anterior. Nós já estamos indo para fazer embargos e paralisamos as atividades”. “A lei é muito clara e ela estabelece penalidades quando é constatado que o crime foi feito de maneira proposital e intencional. Nós estamos nesse momento focados muito em combater o problema. Como nós temos as imagens de satélites tiradas dia a dia, quando for possível identificar nós iremos punir de acordo com a lei”.

Conforme explicou o governador, muitos incêndios começaram nas estradas por irresponsabilidade de quem passa pelo local e joga, por exemplo, cigarros acesos. Além disso, há muitos casos de incêndios que começaram próximos a residências ou em pequenas propriedades rurais. “Nós vamos identificar e punir os culpados”, garantiu.

Mauro confirmou que, nesta terça-feira, ele e governadores da Amazônia se reunirão com o presidente Jair Bolsonaro para tratar do apoio do Governo Federal nas ações de combate aos incêndios. Até o momento Mato Grosso ainda não recebeu nenhuma ajuda de Brasília, “porque nós vivemos focos menores e não houve a necessidade de grandes mobilizações”.

A informação é da secretaria de Comunicação.

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