terça-feira, 21/maio/2024
PUBLICIDADE

Maggi defende chineses e critica quem quer o fim da relação comercial

PUBLICIDADE
Só Notícias/Marco Stamm, de Cuiabá (foto: Só Notícias/arquivo -atualizada 13:20h)

O ex-governador de Mato Grosso, ex-senador e ex-ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), criticou duramente o tratamento que é dado à China por parte dos agricultores que apoia o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e que usa as redes sociais para atacar o país asiático, maior parceiro comercial do Brasil e de Mato Grosso, já que, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), só no primeiro trimestre de deste ano, comprou 40% da produção estadual exportada. Em áudio direcionado a um “amigo” Maggi reclamou de postagens e pediu para não mais receber conteúdo semelhante, pois considera uma “irresponsabilidade contra a economia brasileira” uma vez que “esse Coronavírus está mostrando que sem emprego não existe renda”.

“Eu vejo alguns falando mal da China em favor dos Estados Unidos, eu adoro os Estados Unidos, tenho propriedade lá, mas olha, eles defendem o deles, e estão corretos. Há poucos dias os Estados Unidos fez uma guerra comercial com a China, fizeram com que a China assumisse um compromisso de comprar U$ 30 bilhões ou U$ 35 bilhões de comida dos Estados Unidos, basicamente soja e carne. Vai tirar da onde? Do Brasil”, analisou.

A soja, em primeiro lugar, e a carne são os produtos mais exportados para os chineses pelos produtores de Mato Grosso. Nos últimos dois dias, os Estados Unidos anunciaram a venda de 470 mil toneladas somente de soja para os asiáticos numa ação que visa fortalecer os laços comerciais entre os dois países após inúmeras, e desgastantes, disputas na Organização Mundial do Comércio (OMC) e forçar os chineses a darem prioridade no fornecimento de insumos de saúde para os norteamericanos.

Nos próximos dias, informa a Reuters, a China planeja comprar 30 milhões de toneladas de alimentos para fazer estoque e, nesta perspectiva, deve priorizar os Estados Unidos. Também pesam contra o Brasil o posicionamento do filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e do ministro da Educação, Abrahan Weintraub, que atribuem a criação do vírus à China, e a falta de posicionamento da diplomacia brasileira para contornar a situação. Um rompimento com os chineses, analisa Maggi, seria desastroso para a economia.

“Não é possível que alguém em sã consciência faça circular tamanhas besteiras como vem circulando nas redes sociais contra a China, contra o governo e o povo chinês. Esse país é o maior parceiro comercial do Brasil, principalmente no agro, dependemos das vendas que fazemos para eles. Já pensou se parar de circular mercadorias entre o Brasil e a China? Pode fechar a agricultura, em Mato Grosso pode passar uma cerca em volta [das fazendas] e ir embora. Só não sei para onde, porque não vamos ter dinheiro nem para ir embora. Não dá para ficar desacatando aquele que é o seu maior cliente, aquele que manda a grana para cá, aquele que consome os produtos que nós fazemos”, alertou.

Blairo Maggi criticou empresários que defendem o fim da relação comercial com os chineses somente pelo regime político adotado pelos asiáticos e disse entender que a posição deve ser contrária, de enaltecer a parceria.

“Vamos nos reorganizar e parar com essa confusão de vez. Entenda o seguinte, mais uma vez, a China é o que é porque trabalhou muito, é um país organizado, um país trabalhador, ordeiro, e o regime no qual eles vivem, se é comunista, se é socialista, nós não temos nada a ver com isso. Aliás, nem com eles nem com ninguém, cada um escolha a sua maneira de ser como país. O Brasil escolheu a democracia com as suas qualidades e defeitos e aqui vamos vivendo, nos ajustando, mas não temos que estar preocupados com outro país e o regime que vive”, declarou.

No áudio, Maggi não revelou a quem se dirigia nem de quem era a postagem que recebeu.

COMPARTILHE:

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

PUBLICIDADE