O presidente Lula disse hoje de manhã, em Sapezal,que o país não atravessará a crise na agricultura, como a dos últimos dois anos, que levaram centenas de agricultores à falência e resultaram em fortes protestos contra seu governo. Discursando na inauguração da pavimentação da BR-364, Lula afirmou que o problema será resolvido por meio de um trabalho conjunto entre o governo federal e os Estados, informa a Agência Folha. “Nós vamos agora, aprendendo a lição que nós aprendemos, e com a possibilidade de mais quatro anos de governo, trabalhando de forma uniforme, governo do estado e governo federal, e a gente vai poder garantir que a agricultura brasileira não sofra mais a crise que sofreu nesses últimos dois anos”, discursou Lula, ao lado de Blairo.
Se dirigindo a Maggi, maior produtor de soja do mundo, o presidente afirmou que o problema da soja pode estar ligado ao sucesso de outros produtos da agroindústria. “Eu estou lembrado, Blairo, desde que eu comecei a fazer política, que de tempos em tempos a agricultura entra em crise. Na verdade, nós temos uma crise da soja porque, na verdade, no Brasil, o café nunca ganhou tanto dinheiro quanto ganhou nesses anos; o açúcar e o álcool nunca venderam tanto como venderam neste ano, e a gente poderia pegar, por exemplo, o suco de laranja que também vende bem.”
Além da apvimentação asfáltica, Lula inaugurou a primeira usina de biodiesel e usina de produção de biodiesel integrada a uma fábrica de álcool e açúcar, em Barra do Bugres (168 km a Médio-Norte de Cuiabá), município que tem como base produtiva a plantação de cana-de-açúcar. A planta de biodiesel da empresa Barralcool foi criada partir de um modelo único no mundo que permite ao ser instalada em anexo a uma fábrica de bioetanol, a integração energética a partir de fontes de energia como vapor, água, biodiesel e álcool, além de trabalhar com aproveitamento de outras facilidades existentes no complexo industrial.
Essa solução empregada possibilita e redução entre 20 a 25 % no investimento quando comparada com uma planta de biodiesel não integrada, o que contribui também na queda do custo final do combustível, uma vez que os insumos utilizados serão da usina de álcool já instalada.
Conforme afirma o diretor-presidente da Barralcool, João Nicolau Petroni, a produção de etanol etílico, a partir da cana-de-açúcar, tende a crescer cada vez mais no mundo em comparação com o biometílico, produzido a partir do petróleo. “A tendência do mercado é crescer cada vez mais e por isso a produção do biodiesel a partir de fontes renováveis é a chance de atender esse mercado a partir da obtenção de um produto de grande aproveitamento”, observou Petroni ao referir-se a obrigatoriedade de adição de 2% de biodiesel ao óleo diesel a partir de 2008 até chegar aos 5% no ano de 2013.
Segundo dados do Departamento de Combustíveis Renováveis, do Ministério de Minas e Energia, quinze estados brasileiros estão com projetos de investimentos em usinas de biodiesel representando uma capacidade de produção em torno de 1,8 bilhão de litros por ano, demanda que aumentará com a obrigatoriedade da adição do biodiesel ao óleo diesel.
Para a produção do biodiesel, a nova planta possui capacidade de processar 50 mil toneladas de grãos, o que gera 57 milhões de litros do combustível destinado a atender a demanda de Mato Grosso. A produção será gerada a partir de vários óleos e quando estiver operando na rota etílica, do bioetanol como matéria-prima, irá produzir biodiesel 100% ecológico utilizando em sua composição produtos de origem vegetal e provenientes de fontes renováveis, até mesmo em sua fonte de energia elétrica e térmica, onde será utilizado o bagaço de cana como combustível.
Segundo o executivo da Barralcool, a usina iniciará a produção de biodiesel a partir do grão de soja e expandirá para outras oleaginosas como o pinhão manso e girassol, adquiridas de produtores da agricultura familiar, informa a assessoria do governo estadual.
De Barra do Bugres Lula foi a Cuiabá e retornou para Brasília
(Atualizada às 14:04hs)