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Lorenzetti inocenta Berzoini e diz que dossiê iria para PT de São Paulo

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O ex-analista de risco e mídia da campanha do presidente e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva, Jorge Lorenzetti, afirmou à Polícia Federal que o dossiê que apontaria ligação de candidatos tucanos com a máfia dos sanguessugas seria encaminhado ao coordenador de campanha do candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante. Em depoimento de cerca de três horas, Lorenzetti admintiu participação nas negociações, mas inocentou o presidente do PT, Ricardo Berzoini, e negou que existiria valores na negociação. O advogado do ex-analista afirmou que seu cliente não sabe a origem do dinheiro que seria usado para a compra do dossiê, pois ele não teve nenhum envolvimento com negociações e repudia qualquer ato neste sentido.

O assessor de Mercadante Hamilton Lacerda foi demitido do cargo após o surgimento do escândalo do dossiê. Ele é acusado de ter oferecido o material à revista IstoÉ, que, na última sexta-feira, já havia publicado uma reportagem em que Luiz Antônio Vedoin e Darci Vedoin acusam Serra de receber propina no esquema dos sanguessugas.

As informações sobre o depoimento são do advogado de Lorenzetti, Aldo de Campos Costa. Ele disse que o ex-analista explicou toda a sua trajetória, desde a entrada na campanha até as prisões dos suspeitos de negociarem o dossiê. Lorenzetti disse ao delegado Diógenes Curado Filho e ao procurador Mário Lúcio Avelar que sua participação se limitava a analisar a autenticidade do dossiê.

“Na qualidade de colaborador, ele repudiou a negociação ou qualquer envolvimento de valores, primeiro por orientação do partido, segundo, por convicção pessoal”, disse Costa.

O ex-analista confirmou que encaminhou o ex-diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil Expedito Veloso e o advogado Gedimar Passos, que atuava na área de inteligência da campanha de Lula a Cuiabá para conversar com a familia Vedoin. O próprio Lorenzetti admitiu que foi três vezes para Cuiabá para verificar o conteúdo do dossiê.

Segundo ele, seus enviados foram três vezes a Cuiabá, e por duas oportunidades, eles tiveram acesso aos documentos. Foi a família Vedoin que informou sobre o interesse na negociação, de acordo com o depoimento de Lorenzetti.

O advogado disse ainda que Lorenzetti não recebeu nenhum telefonema ou teve contato com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou com alguém do Palácio do Planalto sobre o dossiê. Lorenzetti ainda teria defendido Ricardo Berzoini, dizendo que ele não teve nenhuma responsabilidade no caso e que não acompanhou nenhuma negociação.

“Ele (Lorenzetti) sempre teve interesse na divulgação desses documentos. Esse é um interesse que veio desde o primeiro momento, quando Valdebran (Padilha, filiado ao PT e ex-coordenador financeiro do PT em Cuiabá) entrou em contado com Gedimar”, disse o advogado. Valdebran e Gedimar foram presos com o dinheiro que seria usado para pagar o dossiê.

Ao ser questionado sobre de quem era o interesse de negociar os documentos, o advogado deu a entender que era da oposição, mas limitou-se a responder que os órgãos competentes já estão investigando isso e que os nomes dos interessados já foram citados.

Depoimentos
Depois de ouvir Lorenzetti por cerca de três horas, a Polícia Federal começou a tomar o depoimento de outros dois envolvidos: Expedito e Osvaldo Bargas, responsável pelo capítulo de trabalho e emprego do programa de governo da campanha e ex-chefe de gabinete do Ministério do Trabalho.

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