O encontro de lideranças políticas do Pará e Mato Grosso, ontem, em Belém (PA), marca uma nova fase na luta pelo asfaltamento de aproximadamente 900 km da BR-163, entre a região Norte de Mato Grosso(divisa) até Santarém, onde está o porto, para escoar a safra agrícola, madeira e outros produtos com maior agilidade e economia, do que as vias atuais pelos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).
O prefeito de Sinop e vice-presidente da AMM, Nilson Leitão, disse que a criação de um comitê permanente, proposto pelo governador paraense Simão Jatene, vai
mostrar ao governo federal que a luta é conjunta dos dois estados por uma obra que fortalecerá a economia de ambos.
“A construção das 66 pontes do Nortão a Santarém já vai garantir segurança para as centenas de pessoas que trafegam por esta rodovia. Não dá para projetar
a economia do Nortão fortalecida sem a 163 pavimentada. Fico feliz que o governador Simão Jatene tenha aceitado minha proposta e vamos trabalhar juntos para destinar estes R$ 52 milhões que estão no orçamento para fazer as pontes”, disse. “Nilson também criticou o governo de Mato Grosso por não ter participado nem mandado representante para a audiência com o governador paraense, 27 prefeitos e 8 deputados federais dos dois estados, além de vereadores e lideranças do setor produtivo.
O governador Simão Jatene (PSDB) propôs que o comitê permanente da rodovia, a ser encabeçado pelo senador Flexa Ribeiro, passe a gestionar nos Ministérios da Fazenda e Transportes a destinação desta verba. “Temos que trabalhar juntos e com muita determinação. Já somos poucos e se não tivermos unidos seremos fracos”, afirmou. ” O Pará quer prioridade para a pavimentação da BR-163 e proponho que este comitê mantenha contato com todos os candidatos a presidente da República e que assumam compromisso formal para que façam esta obra o quando antes”, defendeu Jatene.
O prefeito de Feliz Natal, Manuel Salles, considerou muito produtivo o encontro pelo fato do Governo do Pará ter demonstrado que a obra é prioritário.
“O posicionamento do governador Simão Jatene nos motiva mais para brigar pela BR-163. Como ele mesmo disse, esta ação para destinar estes R$ 52 milhões para fazer as 66 pontes é pequena em comparação ao objetivo principal que é pavimentar a rodovia. Mas já é um passo determinante e ficou claro também para os dois estados que a pavimentação da 163, do Nortão ao porto de Santarém ( 900 km aproximadamente) proporciona economia, segurança e competitividade para a produção da região Norte Mato-grossense.
O prefeito de Guarantã do Norte, José Humberto Macedo (PFL) enalteceu a importância do encontro pela demonstração forte das lideranças políticas do Pará para a pavimentação da rodovia. “Também concordamos que temos que ter uma atuação mais intensa e cobrarmos juntos. Nós que sofremos quando a rodovia não oferece condições de tráfego e sobra para as prefeituras ao longo da rodovia fazer trabalhos emergenciais para dar trafegabilidade a esta rodovia. Se não fosse a ação das prefeituras o caos era completo. Se estivéssemos esperando o governo federal teríamos uma rodovia intransitável”, avaliou José Humberto, ao Só Notícias.
“A solução de fazer todas as pontes é a grande prioridade. Fazendo as pontes fica mais fácil inclusive o trabalho de cascalhamento em pontos críticos. O prefeito de Sinop, Nilson Leitão e o senador Flexa Ribeiro estão de parabéns por tomarem frente nesta mobilização e tenho certeza que teremos sucesso para viabilizar logo a liberação das verbas para as pontes”, acrescentou.
O presidente do Comitê Pró-asfaltamento da BR-163, Jorge Baldo, disse que a iniciativa do prefeito sinopense foi “válida e trata-se de uma mobilização importante”. Baldo também defendeu descontingenciamento imediato dos recursos orçamentários federais para serem feitas as pontes.
O presidente da Codenorte (Conselho de Desenvolvimento do Norte), Clayton Carvalho, disse que a pavimentação da 163, do Nortão de Mato Grosso até o porto de Santarém (PA) vai diminuir sensivelmente os custos do frete, trazendo maior rentabilidade para os produtores e diminuindo custos na produção, com barateamento no transporte de insumos. Ele fez um comparativo mencionando que a saca da soja em Sinop vale hoje R$ 13.”Em Santarém (PA), onde está o porto, é R$ 25 e, em Paranaguá (no Paraná por onde é escoada a produção agrícola mato-grossense) está em R$ 24. A diferença é gritante”, acrescentou.