A operação “Camaleão”, do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) e o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), foi desencadeada devido a uma licitação suspeita realizada pela Prefeitura de Várzea Grande no valor de R$ 10 milhões. O caso foi descoberto pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) que emitiu uma decisão cautelar suspendendo o procedimento, em setembro. A representação se deu após constatar que a empresa contratada como construtora teria como atividade a venda de sapatos, tendo alterado sua condição para construtora apenas seis meses antes de vencer o pregão presencial.
O prefeito de Várzea Grande, Wallace Guimarães (PMDB), concedeu entrevista ao chegar na sede da prefeitura e confirmou os mandados de buscas no local, em secretarias municipais e na residência de seu irmão, Josias Guimarães. Segundo o gestor, todo o procedimento foi legal e a empresa chegou a realizar os serviços para qual foi contratada. "A empresa passou pelo trâmite legal. A prefeitura lançou no diário com a total transparência. Ela ganhou a licitação e realizou alguns serviços".
Apesar do montante geral de R$ 10 milhões, a empresa recebeu R$ 4 milhões já que o TCE detectou esta irregularidade na razão social e suspendeu o repasse de novos recursos. De acordo com o processo no TCE, esta empresa foi contratada para realizar a manutenção de prédios públicos, pavimentação, entre outros serviços.
Vários mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos, esta manhã, no gabinete do prefeito, secretarias municipais de Obras e Administração, sedes de empresas e até na residência do irmão do gestor. Os mandados foram expedidos pelo Tribunal de Justiça.