A juíza Denise Appolinária dos Reis Oliveira, da 76ª Zona Eleitoral de Campos, tornou inelegíveis a governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus, e o presidente regional do PMDB, Anthony Garotinho.
A decisão, em primeira instância e retroativa a 2004, é resultado de uma ação movida pelo PT contra o PMDB e o PDT.
A juíza também decidiu cassar o prefeito de Campos, Carlos Alberto Campista (PDT), e o vice-prefeito, Toninho Viana.
A governadora informou que pretende recorrer. Como ainda não foi comunicada oficialmente, Rosinha disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que prefere ler a sentença antes de se manifestar. Garotinho deve divulgar um nota sobre a decisão.
Apreensão
No ano passado, Justiça Eleitoral apreendeu R$ 318.200 na sede do Diretório do PMDB em Campos. Na ocasião, havia a suspeits de compra de votos pelo grupo político comandado pelo ex-governador Anthony Garotinho e deflagrou, na véspera do segundo turno.
Na ocasião, o Ministério Público requisitou e a Justiça Eleitoral determinou à Polícia Federal a abertura de inquérito para apurar a suspeita de compra de votos pelo PMDB.
Garotinho, que esteve na sede do partido durante a ação, disse estar sendo vítima de perseguição política por parte da Justiça Eleitoral e dos promotores de Campos. Oficialmente, o PMDB informou que estava pagando militantes contratados para as panfletagens.
No diretório, foram encontradas 2.200 pulseiras que, para o TRE, foram usadas no primeiro turno por eleitores que tiveram o voto comprado.
Pelo esquema, o comprador de voto amarra a pulseira no punho do eleitor antes da votação. Um dos mesários, conivente com o esquema, se certifica, de alguma forma, de que o eleitor com a pulseira votou no candidato indicado. Além disso, o comprador sabe quantos votos teria em cada seção. Se na apuração a soma de votos esperada para o candidato for menor, houve traição, o que resultaria em punição caso o eleitor consiga ser identificado.