Após 20 anos com juiz federal e recém-filiado ao PMDB, Julier Sebastião da Silva afirmou, esta tarde, que não se sente constrangido em estar ao lado de políticos a quem proferiu decisões desfavoráveis, entre eles o deputado federal e presidente regional da sigla, Carlos Bezerra. Julier negou ser pré-candidato ao governo e destacou que a saída da magistratura é uma forma de contribuir com a população, desta vez na esfera política.
Julier falou também sobre a escolha pelo PMDB após meses de conversações com dirigentes do PT, que davam como certa sua filiação. Segundo ele, a decisão foi tomada com base em critérios pessoais. “O PMDB é um dos poucos partidos que consegue dialogar com várias categorias, como empresários, trabalhadores, industriários, banqueiros, religiosos, ambientalistas e produtores rurais. É um partido que tem uma democracia interna viva e pujante".
Sobre o PT, afirmou que embora respeite a sigla, hoje, após 20 anos de magistratura, se adequa mais ao PMDB. “Eu agradeço ao PT, acredito que é um partido que tem contribuído muito para a democracia brasileira, principalmente no governo Lula e Dilma e sempre junto com o PMDB”. O ex-magistrado agradeceu aos partidos políticos que o convidaram. Além do PMDB, PT, PR, PC do B e PSD manifestaram interesse em contar com Julier.
Julier deixou claro que caberá ao PMDB decidir o cargo que ele disputará nas eleições deste ano. “Hoje eu tenho sim o desejo de disputar as eleições, mas é a legenda que vai avaliar e decidir.
Julier respondeu perguntas sobre o cumprimento de mandado de busca e apreensão, contra ele, durante a operação "Ararath". "Passei por uma investigação que duvido que muitos políticos fossem sobreviver. Com o sigilo bancário, fiscal, telefônico, busca e apreensão e conclusão me devolveram tudo. Acho natural, se é autoridade, tem investigar e concluir a investigação".
Sobre a decisão de absolver o ex-governador e hoje senador Blairo Maggi (PR) e o ex-secretário Éder Moraes, o ex-juiz afirmou que com base nos autos não existe prova contra.