O juiz Rondon Bassil determinou a quebra do sigilo telefônico de Edson Leite da Silva Júnior, irmão do vereador Ralf Leite (PRTB) denunciado pelo Ministério Público Eleitoral como um dos responsáveis pela compra de votos em favor do parlamentar. O magistrado também determinou à Polícia Federal que realize uma perícia nas gravações que comprovariam conversas de outras pessoas envolvidas no esquema.
Rondon Bassil já pediu à operadora de telefonia que forneça em 10 dias a relação de ligações feitas e recebidas por Edson Leite Júnior e Edimara Adne da Costa Cortez nos dias que antecederam a eleição. Ambos foram detidos no dia do pleito (5 de outubro) com requisições de abastecimento, materiais de propaganda eleitoral de Ralf, uma maleta e lista de controle de abastecimento. Como o prazo já expirou na semana passada, a empresa pediu mais tempo para atender a determinação.
O juiz determinou a quebra do sigilo ao atender um requerimento do promotor João Augusto Veras Gadelha, autor da representação que pesa contra Ralf e pode lhe custar o mandato. O pedido foi feito depois que Edson Leite e Edimara disseram em audiência no último dia 13 de março que não combinaram o encontro no posto Petrópolis, onde foram detidos.
No caso da perícia, o juiz determinou à Polícia Federal que analise se o grampo telefônico apresentado pelo Ministério Público Eleitoral ainda em novembro se trata mesmo de uma conversa entre Kartegean Moraes Leão e Mateus Rodrigues de Paula. Eles foram alvos da representação juntamente com Ralf, Edimara e Edson Leite e disseram ao juiz que não podiam ter conversado porque nem se conheciam.
Rondon Bassil aguarda o resultado da perícia e as informações da operadora Claro para ouvir as testemunhas de defesa e acusação. Até o momento, apenas os cinco réus foram ouvidos pelo magistrado.
A situação de Ralf se complicou no dia 6 de fevereiro, quando foi preso fazendo sexo com um travesti menor de idade, o que lhe fez ser indiciado pela Polícia Civil por exploração sexual de menor, desobediência, uso indevido de documento e desacato. Ele também responde a um processo disciplinar na Câmara Municipal por conta do episódio.
Ralf também responde a um processo disciplinar no Conselho de Ética do diretório estadual do PRTB, que pode até expulsar o parlamentar porque teria denegrido a imagem do partido perante a opinião pública devido ao escândalo sexual.