O deputado Roberto Jefferson está depondo, neste momento, na CPI dos Correios e tem feito criticas diretas a senadores e deputados dizendo que prestações de contas são falsas. Jefferson discorre sobre o financiamento de campanhas políticas no Brasil. “Esse afrouxamento que acontece desde a época do PC Farias ocorre hoje com o Delúbio e o Pereira. Não há eleição de senador que custe menos do que R$ 2 milhões e R$ 3 milhões. E as declarações à Justiça Eleitoral são em média de R$ 500 mil
“Ou alguém tem duvida de que a campanha mais rica de 2002 foi a do PT, do Oiapoque ao Chui, de leste a oeste?”
O deputado exibe o olho esquerdo inchado, com hematoma, segundo sua assessoria de imprensa, causado por um acidente doméstico ocorrido na segunda-feira. O deputado teria se desequilibrado ao subir numa escada quando procurava uma caixa de CDs do cantor Lupicínio Rodrigues e o armário no qual se apoiou caiu sobre sua cabeça.
“Hoje aqui o meu papel também não é de político, mas também não é de advogado, porque advogado em causa própria é péssimo e eu não saberia fazer isso. Por isso tenho dois advogados que farão isso por mim. Mas também não sou político Roberto Jefferson, Enfrento hoje aqui uma luta como cidadão, como homem, como chefe de família, como pai, avó”, afirmou Jefferson.
Se PC Farias fez, hoje Delúbio e Pereira fazem, outros virão e farão se não mudarmos estas práticas de financiamento eleitoral. O povo cansou do político. Na época do governo Collor, eu não brilhei como político, fui um fracasso, pois fiquei contra a onda de opinião. Político estou, mas advogado estou e lá não brilhei como advogado”, disse.
Roberto Jefferson disse que Arlindo Molina não foi diretor dos Correios, mas sim, de outro departamento: “Eu vejo a Rede Globo dizendo ‘o ex-diretor dos Correios’, não é não! Vejo o Wiliam (Bonner) afirmando isso. Não é verdade. Ele é do quatro escalão”, disse Jefferson.
Jefferson rechaçou ao iniciar seu depoimento qualquer tentativa de dramaturgia à CPI e iniciou os ataques ao governo. “Aqueles que eram os fantasmas do PC Farias, são hoje os fantasmas do Delúbio e do Valério. O curioso como as peças e os valores se modificam. É uma espécie de roda da vida. Os exorcistas de ontem se abraçam com os fantasmas de hoje”, disse.