O senador Jayme Campos (DEM) atacou hoje, no Senado, a precariedade do atendimento na saúde pública em Mato Grosso. Citou o centro cirúrgico do hospital de Várzea Grande que, devido obras e determinações judiciais de transferência de pacientes para Cuiabá, a situação na capital fica ainda pior. Jayme Campos citou relatório do Ministério Público de Mato Grosso sobre desvios de verbas no setor. “Segundo constataram os promotores, 75% dos hospitais particulares conveniados ao SUS em Cuiabá não cumprem com as metas estabelecidas em contrato. Alguns atendem menos da metade dos leitos e procedimentos contratados e, mesmo assim, faturam o valor total, chamado de “tabela cheia”, denunciou.
O senador lamentou a situação da saúde no país e expôs que os mais pobres estão condenados à doença, já que os hospitais estão lotados, com pacientes acomodados em colchonetes nos corredores. O senador comparou os hospitais a campos de concentração. “São cenas de guerra, uma guerra onde não há honra nem heroísmo, só mortes e ultraje. As clínicas e hospitais públicos mais parecem campos de concentração. Não há mais como esconder essa dura realidade”, lamentou.
Para ele, o principal problema não é a falta de recursos, mas a falta de gestão. Ainda assim, o senador defendeu a regulamentação da Emenda Constitucional 29, que fixa percentuais mínimos de investimentos na saúde por parte da União, dos estados e dos municípios. “O senado já aprovou, o texto está na Câmara e o governo [federal] mandou ficar quieto, está engavetado. O governo não tem nenhuma intenção de votar”, disse.