O senador Jayme Campos (DEM-MT), em discurso hoje, mostrou-se preocupado com a escalada da inflação no país. "A devastadora perda do poder de compra não se mede só pelo tomate que subiu à estratosfera. Tampouco pela batata que dobrou seu preço em um ano. Muito menos pela cebola que subiu quase 80%, ou pelo nosso tradicional prato básico, de arroz e feijão, cujo valor se elevou em um terço, no mesmo período. Hoje o que vemos é a disparada de preços e não se trata de uma questão pontual. Trata-se de um aumento generalizado", afirmou.
Para o parlamentar, a propalada desoneração dos impostos não foi capaz de conter a escalada inflacionária. "Nem o aumento dos juros e nem o aperto no crédito foram suficientes para reverter a crítica situação com que nos confrontamos", afirmou Jayme Campos, destacando como exemplo os supermercados, que vinham sendo prósperos na última década, e que agora estão em alerta, "tanto que em fevereiro último amargaram uma queda nas vendas superior a 2%, em comparação ao ano passado".
Segundo o senador, a inflação no governo Dilma Rousseff nunca esteve abaixo do centro da meta estipulada pelo Banco Central, que é de 4,5%. Durante o pronunciamento, o senador lembrou o governo FHC. "Não há como negar que o crescimento dos últimos anos só foi possível em razão da grande conquista de todos os brasileiros, o Plano Real, traduzida no principal legado do governo FHC que consistiu exatamente na triangulação adequada destes três fatores: equilíbrio das contas públicas, câmbio estável e ausência de inflação", destacou o parlamentar.
Para Jayme Campos, a inflação é a pior das chagas sociais. "Ainda é o imposto mais injusto, a imposição mais cruel, principalmente à qualidade de vida dos menos favorecidos. Contra inflação alta, não há maquiagem, nem bolsa, nem tutela, nem programa social que dê jeito. Trata-se, reconhecidamente, de um monstro que se não for debelado com muita responsabilidade e cautela, pode vir a tornar-se indomável", enfatizou.
Segundo o democrata, para resolver o problema da inflação será preciso competência administrativa. "Enxugamento da máquina, responsabilidade fiscal, educação e cidadania e trabalho digno para o povo são, seguramente, ingredientes indispensáveis na nova receita que se há de adotar", destacou Jayme Campos.