As sessões da Assembleia Legislativa estão sendo retomadas e a deputada Janaína Riva (MDB) está em busca de assinaturas para pedir a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a participação do governador Pedro Taques (PSDB) no escândalo que ficou conhecido como Grampolândia Pantaneira, um esquema de escutas ilegais supostamente executados pela polícia militar para ouvir e gravar políticos, juízes, jornalistas e empresários. A intenção da parlamentar é apresentar o pedido ainda hoje.
Para que a CPI seja aberta, são necessários pelo menos oito assinaturas de deputados. Janaína já conta com os quatro votos da oposição, que, além dela, é composta por Allan Kardec (PDT), Zeca Viana (PDT) e Valdir Barranco. A emedebista espera conseguir o restante dos votos no bloco independente, que é formado por deputados do MDB, PSB, PSD, PV e até do PSDB.
Janaína já tentou emplacar a CPI no ano passado logo que o esquema foi revelado. No entanto, não houve adesão dos deputados e o pedido não foi protocolado. Agora, a deputada conta com um fato novo, que é o depoimento do cabo da PM, Gerson Luiz Correa Júnior, feito sábado passado (28), atribuindo os grampos ao governador Pedro Taques e ao seu primo, Paulo Taques, ex-secretário-chefe da Casa Civil que chegou a ser preso num desdobramento das investigações sobre a arapongagem. O governador vem negando reiteradamente que tivesse conhecimento do caso.
Além do fato novo, Janaína pretende usar o momento político-eleitoral, em que muitos integrantes do bloco independente da Assembleia estão mudando seus apoios, para conseguir a assinatura. “Acredito que não teremos dificuldade para colher as oito assinaturas necessárias, até porque nós tivemos uma declaração do cabo Gerson dizendo que 24 deputados foram grampeados”, argumentou, acrescentando que a Assembleia pode juntar os depoimentos de todos os envolvidos. “Acho que a CPI é interessante para a gente apurar com muita seriedade, colher mais depoimentos. Chamar não só o cabo Gerson, mas também o ex-secretário da Casa Civil [Paulo Taques] e todos aqueles que participaram”.